Web A Garota da Porta Vermelha - Capitulo 1



“A Vida Como Um Mar De Rosas”




“Hey, eu sou Lua Blanco, e esse é o meu diário...”.
- Diário, Lua? Tá doida? Diário é coisa de criança... – a garota falou para si mesma.
- Mas pode ser um diário parecido com o daquele menino do seriado brasileiro “Mundo Da Lua”, como era o nome dele?... Acho que era Lucas... E eu assistia quando era criança – Lua continuava a falar sozinha enquanto escrevia em “seu” computador.
- É ISSO! Eu posso começar com “Esse é mais um episódio do diário de bordo de Lua Blanco & Blanco, falando diretamente de Londres”... haha, agora eu me superei na babaquice... – ela ria com os próprios pensamentos. – Mas pra que eu vou escrever um “diário” sendo que eu nem sei se alguém vai ler isso aqui?... Ah, mas eu queria ter um registro sobre minha vida em UK... - a garota sempre teve a mania de falar sozinha.

O motivo de Lua querer registrar seu primeiro ano em Londres? Pois nesses (míseros) quatro meses morando na cidade em que ela tanto sonhou em viver, aconteceram coisas maravilhosas, estranhas e divertidas com a garota.
Lua tinha se mudado para Londres para fazer intercâmbio, estava na high school. E como seus pais eram superprotetores, resolveram que Lua só poderia ir se ficasse com uma “hoste family”. A família Richardson, que recebeu a garota, tinha uma bonita casa ao sul de Londres, o casal tinha uma filha da idade de Lua, Catherine, e esse é o nome da nova amiga da “garota do Brasil”. Catherine e Lua estudavam na mesma sala, mas no segundo dia de aula Sra. Hodge (profª de literatura inglesa) determinou quem seriam suas duplas até o fim do ano letivo: Catherine formou dupla com Marie, que era a “cdf” da turma. A intenção da professora era que a dupla fosse composta por um excelente aluno e um não tão bom, para que todos conseguissem boas notas, e como Lua havia feito uma redação para ser aceita na escola e a Sra. Hodge simplesmente adorou a redação, a professora deduziu que Lua era ótima em literatura. Por isso...
- Srta. Blanco, você formará dupla com a Srta. Aguiar – a senhora disse lançando um olhar de desgosto para uma garota no fundo da sala.
Lua ficou paralisada. Sentiu o coração parar de bater. Não podia acreditar no que ouviu. Seria sorte demais. Ela NÃO poderia estar na mesma escola, estudar na mesma classe e ser a dupla de MariAguiar. “Não, nã nã nã NÃO! Eu tô escutando coisas, será que ficar tantas horas mexendo nos MySpace’s alheios tá me fazendo mal? Ah cara, será que meu 'vício' pelo McFly ta me levando à loucura? Só pode ser, porque eu DEFINITIVAMENTE não posso estar na mesma turma que a irmã do amor da minha vida! Aguiar deve ser um sobrenome comum por aqui, é isso, essa é a explicação” – Lua pensava sem ouvir a professora dizendo para as duplas se sentarem juntas para já irem se enturmando. A garota foi tirada de seus devaneios quando alguém senta ao seu lado e diz:
- Oi, eu sou a Mari, tudo bem? 
- Ahn? Ah, oi sou Lua, tudo bem sim e você?
- Tô bem, você não é daqui, né? Seu nome é diferente, eu gostei. Ah cara, eu odeio literatura e essa professora ME odeia! – Mari dizia sendo simpática, mal sabia ela a confusão que se instalava na cabeça da amiga.
“OMFG! Eu dormi na aula e isso é um sonho? Cara, ela é irmã do Arthur Aguiar! O MEU ARTHUR! O motivo pra eu dormir nas aulas de filosofia no Brasil, porque por culpa dele eu ficava até de madrugada na Internet lendo fanfic. Mas e se a Mari for do tipo de garota que NUNCA leva amigas em casa? E eu nunca conhecê-lo? Então é melhor eu parar de me empolgar antes da hora...”
- É, eu não sou daqui mesmo, Brasil, sabe? Ah obrigada, gostei do seu nome também, é muito bonito. Então somos duas: eu também odeio literatura.
- Obrigada... Mas como assim você não gosta de literatura? Eu sou sua dupla porque eu sou ruim e isso significa que você é boa, né?
- É sério, eu odeio, mas a professora gostou de uma redação que eu fiz. Mas não, eu não sou tão boa assim, eu apenas consigo me virar.
- Já tá óóótimo! Parceira! – as duas riram.
Mari era uma garota muito bonita, parecia com seu irmão: tinha os mesmos olhos, mas o cabelo era diferente: ela tinha o cabelo descolorido na parte de cima da cabeça.

Todos pensam que amigos e parentes de pessoas famosas são esnobes, metidos e antipáticos, mas Mari era diferente. Ela falava pouco sobre o irmão, ela sempre dizia: ‘é chato ter sempre uma das minhas amigas falando que meu irmão é gostoso’, e por esse motivo Lua não mencionou que Arthur era seu ídolo. Catherine já era amiga de Mari, por isso, Lua ganhou mais uma melhor amiga.

Mas como nem tudo na vida são flores, quatro semanas depois da chegada de Lua, os pais de Catherine entraram na justiça por sua guarda. É, eles estavam se separando. A direção da escola, junto com a agência de intercâmbio e os pais de Lua, decidiram que a garota deveria morar com outra família, para não se envolver em assuntos familiares dos Richardson. E a “outra família” que se dispôs em receber Lua, foram os Carter, pais da garota mais insuportável da escola (segundo a Mari e a Cath). As três garotas entraram em desespero, Lua não poderia ser obrigada a ter que conviver com aquela puta em pele de santa.

Lua! Hey garota do Brasil! – Catherine gritava enquanto corria (pelo menos tentava, já que estava de salto alto) pelos jardins do colégio.
- Pára de fazer escândalo, Richardson! E pára de me chamar de “garota do Brasil”, que saco! – Lua falou num misto de repreensão e riso.
- Ah! Vai ficar me dando bronca, é? Então não te conto a novidade! – a garota disse mostrando a língua para a amiga.
- Novidade? Ah Cath, me conta vai? Eu não sou do tipo fofoqueira, mas você tá tão animada que eu fiquei curiosa. Me conta logo!
- Não! - riu. - Ah Lu! Não faz essa carinha... Só vamos esperar a Mari chegar pra ela mesma te contar, pode ser?
- NÃO! Por que você começa a falar sendo que é a Mari quem vai me contar?
- Ah Lu, é que... – Cath foi interrompida por uma Mari sorridente que acabára de pular encima delas.
Lua! MINHA NOVA IRMÃ DE MENTIRA!
Mari, eu já disse pra você não beber antes de vir pra escola, deixa pra beber à noite como todo mundo, okay?
- Já te disseram que você tem talento para fazer piadas? Boba! Vai me deixar contar ou tá difícil?
- Ah é! Conta...
- Então, me mãe te adorou sabia? É sério, não faz essa cara de “duvido”, ela disse que você é muito alegre e tagarela, e que por isso você combina com a gente. Daí, ela vendo o nosso sofrimento/desespero por você estar feito um desabrigada de enchente, haha, brincadeira linda, ela decidiu uma coisa...
- Depois eu que tenho talento pra piada né? Mas CONTINUA FALANDO! Merda!
- Olha a boca, Blanco!
- Como se você não falasse coisas piores, Richardson.
- Vocês vão me deixar terminar?
- FALA LOGO! – as duas gritaram para Mari.
- Continuando, então a minha adorável mãezinha conversou com a direção, e os pais da Lu já concordaram.
- Concordaram com o quê? – Lu fez cara de interrogação.
- Nossa você é lerda, heim garota? – Cath disse dando um “pedala” na amiga.
- Concordaram com a proposta da minha mãe de você morar com a gente!
- ... – Lua ficou chocada.
Lua? Lu? Blanco? Você ouviu? Você não gostou da surpresa? – Mari passava a mão na frente dos olhos da amiga.
- GAROTA DO BRASIL! – Catherine “super discreta” gritou no ouvido de Lua.
- Que bosta, Cath! Quer me deixar surda é? E sim Mari, eu te ouvi. E... VOCÊ É MALUCA? É CLARO QUE EU AMEI A SURPRESA! – Lua disse pulando no colo de Mari. As três amigas ficaram o resto da tarde planejando a mudança de Lua. Catherine já estava conformada com a separação dos pais, e a própria decidiu que iria morar com o pai e que iria para a Itália visitar a mãe, que havia se mudado para Milão, sempre que pudesse.

0 comentários:

Postar um comentário

 
Ouro Branco Blog Design by Ipietoon