Web A Garota da Porta Vermelha - Capitulo 6



"Como o Tempo Passa Rápido!"


Semanas se passaram. Nem Arthur, e muito menos Lua, tocou no assunto sobre uma certa visita que o garoto fez ao quarto dela.

“Hey, eu sou Lua Blanco, e esse é o meu diário...”.
- Diário, Lua? Tá doida? Diário é coisa de criança... – a garota falou para si mesma.
- Mas pode ser um diário parecido com o daquele menino do seriado brasileiro “Mundo Da Lua”, como era o nome dele?... Acho que era Lucas... E eu assistia quando era criança – Lua continuava a falar sozinha enquanto escrevia em “seu” computador.
- É ISSO! Eu posso começar com “Esse é mais um episódio do diário de bordo de Lua Blanco & Blanco, falando diretamente de Londres...” Haha, agora eu me superei na babaquice... – ela ria com os próprios pensamentos. – Mas pra que eu vou escrever um “diário” sendo que eu nem sei se alguém vai ler isso aqui?... Ah, mas eu queria ter um registro sobre minha vida em UK... - a garota sempre teve a mania de falar sozinha. (n/a: não! Eu não sou doida! Os 5 primeiros capítulos eram uma espécie de flash back, sabe? Continuando a fic...)
- Vim me despedir, amor – Arthur disse entrando no quarto.
- Vai tarde, amor – ela respondeu calmamente sem tirar os olhos do computador.
- Também vou sentir saudade lindinha.
- Morra lindinho.
- Também te amo.
- Idiota.
- É sério Blanco, tô indo pra turnê, então tchau tá?
- Tchau Aguiar.
- E não precisa morrer de saudade de mim ok? Eu volto em 3 meses.
- OMG! Eu vou morrer sentindo falta de você!
- Hahaha, não precisa fingir, eu sei que vai.
- Some Aguiar.
- Até Blanco.

Nessas semanas que antecederam a ida de Arthur para a turnê, Lua e o garoto se adaptaram a uma rotina: brigar por esporte. Que nada mais é: eles achavam “divertido” discutir, ver quem desistia primeiro. Lua dava uns tapas em Arthur e ele somente a segurava pelos pulsos, então a garota fazia ceninhas de “você ta me machucando! Me solta” sendo que ela não estava sentindo nada! A garota adorava quando Sra. Aguiar dava uma bronca em Arthur por provocar Lua o tempo todo! Mas a mãe do garoto bem sabia que o real motivo de Arthur ir tanto na casa da família era por causa de Lua. Tanto Mari, quanto os outros três McGuys e todo mundo próximo ao “casal” se acostumaram com as briguinhas, eles até apostavam quem desistiria primeiro ou quem daria risada primeiro. Lua já era da ‘turma’, conversava muito com Pedro sobre Star Wars, assistia desenhos com Micael, adorava conversar com Chay, já era um ‘grude’ comSophia e Rayana, mas, principalmente: fizera uma linda amizade com Mel.


- E aí Lu, tá sentindo falta do meu irmão? Afinal de contas já são quase duas semanas sem ele – Mari disse provocando a amiga.
- Você nem sabe o quanto!
Lu?
- É sério! É estranho não ter com quem brigar e rir ao mesmo tempo.
- Obrigada pela parte que me toca.
- Ah linda não é isso, é que você é minha melhor amiga, e ele é meu melhor inimigo, sabe? - Lua disse e Mari riu.
- Você é estranha. Inimigo? Sei bem onde você queria que ele fosse seu inimigo.
Mari! Credo! Isso é jeito de falar sobre o teu irmão pra MIM? Justo pra mim?
- Ah Lu, há mais ou menos 2 meses você admitiu que gosta dele.
- Que ERA FÃ dele, era, não sou mais. Depois que você passa a conhecer teu ídolo ele se torna uma pessoa comum pra você.
- Entendo. E Lu? Eu percebi uma coisa...
- O quê?
- Ahn... Nada! Deixa pra lá!
- Ah Mari! Agora fala!
- Você vai ficar brava comigo.
- Você já está me deixando...
- Deixa pra lá sério.
- Tudo bem, se não quer falar: não fala!
- Ah Lu, não fica com raiva, por favor, eu não agüento ficar brigada com você.
- Eu não tô com raiva, amiga, é só que você sabe que eu não gosto quando começam a falar algo e não terminam. Mas deixa pra lá, vamos mudar de assunto, como anda o teu namoro com o Billy?
- Ah amiga eu tô totalmente apaixonada...


Uma semana depois...

- Meninas, vamos! Temos quase três horas de viajem pela frente – a Sra. Aguiar dizia em frente a porta da casa.
- Já tô aqui, Tia! – Lua parando ao lado da mulher.
- Nossa! Que garota mais linda! Tudo isso é saudade do Arthur?
- Tia! Eu, hein? – Lua ruborizou instantaneamente. – Obrigada pelo elogio, mas não é para o teu filho ok?
- Se você diz – a Sra. Aguiar disse com um sorriso de descrença no que a ‘sobrinha’ disse.
- É verdade que Mari só começou a ter problemas com sapatos depois que eu cheguei? – Lua tentava mudar o rumo da conversa.
- Ela sempre amou sapatos, mas depois que ela viu os teus... - e riu.
- Sério? Vou escondê-los dela.
Lua Blanco, sua malvada! – Mari chega na porta da casa ‘brigando’ com a amiga.
- Por que eu sou má Mari Aguiar?
- Porque mais uma vez você se arrumou super rápido e me largou lá sozinha, e agora eu tô todo horrorosa porque ficaram me apressando.
- Horrorosa? Eu não tô vendo ninguém horrorosa aqui. A senhora tá, Tia?
- Eu não Lu. Eu estou vendo duas princesas – a Sra. Aguiar disse observando as garotas: Mari estava de saia jeans, blusinha de alças azul claro e all star azul marinho com estrelinhas azuis claro, enquanto Lua estava de calça jeans clara, baby look bem apertadinha branca com as mangas rosa choque, all star rosa-choque e finalizando com a bolsa lilás. – Vocês ficam perfeitas assim todas simplesinhas.
- Obrigada, mamys – Mari disse toda feliz por saber que estava linda.
- Cara! Mari, nem os meus all stars escapam de você né?
- Ah amiga ninguém mandou ter sapatos, botas, sandálias e all star tão lindos.
- Haha, pelo menos você não quis colocar um scarpim pra ir ao show do McFly, né filha? – a Sra Aguiar brincou com a filha.
- Quem disse que eu não experimentei?
- Você é estranha amiga – Lua disse e as três riram. E foram para o carro: o McFly iria se apresentar no Estádio de Wembley.

- OMG! Nós vamos ficar no mesmo camarote que o príncipe Willian ficou no ‘Concert For Diana’? – Lua perguntou super animada com a possibilidade.
- Pelo que o Arthur disse: sim! – a Sra. Aguiar respondeu com um sorriso ao observar Lua dar pulinhos de alegria.
- Ai que tudo! – Mari disse enquanto pulava com a amiga.
- Vamos logo que o show deve estar começando – finalizou a Sra. Aguiar.

O show foi maravilhoso! Lua teve que conter o choro, afinal de contas era a primeira vez que ela via um show da sua banda preferida. Por algum motivo, Arthur olhou o tempo todo para o camarote enquanto eles tocavam ‘She Left Me’, que é a música preferida da garota, mas ela preferiu fingir que foi uma mera coincidência. 

- Cara o show foi irado! – Chay dizia animado saindo do palco.
- Muito! – Arthur concordou com um sorriso gigante estampado no rosto.
- Olha só quem tá todo felizinho só porque uma certa ‘nanica’ veio ao show – Micael zombou do amigo.
- É mesmo, saca só o sorriso – Pedro entrou na brincadeira, fazendo Arthur ficar inquieto.
- Ah calem a boca! – Arthur disse nervoso – Eu nem sabia que a Blanco tava aí.
- Alguém disse o nome da Lua aqui? – Chay perguntou e ouviu ‘não’ da parte dos outros 2 amigos. – É você quem está dizendo cara.
- Ah, vão se fuder!
- Ónn ele ficou nervoso, que lindinho – Micael fez uma voz meio gay.
- O nosso menino está apaixonado – Chay disse com a mesma voz de Micael.
- Ele está crescendo tão rápido, parece que foi ontem que ele chorou porque perdeu uma partida de vídeo-game – Pedro disse em meio a gargalhadas.
- MAS FOI ONTEM! – Chay e Micael disseram juntos. 
- Eu odeio vocês! – Arthur ainda estava nervoso. – Vou tomar banho.
- Pode deixar que a gente avisa pra tua amada que você já volta!

- Amor o show foi liiiiiindo – Mel dizia para Chay, ela estava sentada no colo do namorado e enchendo-o de beijinhos.
- Perfeito, baby – Rayana dizia para Pedro e em seguida o beijou.
Sophia e Micael estavam se pegando no outro camarim.
Mari estava por ai se ‘amassando’ com Billy.
A Sra. Aguiar tinha ido embora após cumprimentar os garotos e encher o filho de beijos. Como era sexta feira, ela precisou ir, pois tinha compromissos no fim de semana. As garotas ficariam no hotel com os garotos e iriam embora no domingo, à noite.
Lua estava sentava no chão do lado de fora do camarim lendo uma Teen Vogue.
Arthur estava conversando com Neil sobre alguma coisa do show.

- E aí Blanco, gostou do show? – Arthur perguntou enquanto se sentava ao lado de Lua no chão, pois sabia que o camarim estaria cheio de casais.
- Amei! Foi perfeito! – ela respondeu, mas sem parar de ler a revista.
- Nossa que empolgação, hein? Tava tão ruim assim?
- É verdade, eu amei. Foi o melhor show que eu já fui na minha vida – Lua disse olhando nos olhos de Arthur, e ao fazer isso sentiu borboletas no estômago.
- Wow! Por essa eu não esperava, você me dizendo o que sente e ainda me olhando nos olhos? Foi inédito!
- Obrigada por me deixar sem graça. Foi bom porque eu já sei que não posso fazer nunca mais.
- O que você tem? Tá falando sobre seus sentimentos e não tá brigando comigo? 
- Nada de importante.
- Se tá te deixando estranhamente desanimada é importante sim.
- Eu não to desanimada.
- É claro que está! Você não fez nem um escândalo por ter ficado no camarote que foi usado pelo Príncipe William.
- Hey! Então quer dizer que foi você?
- Eu o que?
- Quem escolheu camarote em que nós ficaríamos.
- ...
- Obrigada. Eu amei. E sim! Eu fiz um escândalo.
- Por nada. É que me perguntaram onde vocês gostariam de ficar, e pra Mari e pra minha mãe tanto faz, mas como você deixa bem clara a tua paixão pelo príncipe, eu resolvi escolher aquele.
- Por mim? o.O
- Erm... Mais ou menos.
- Obrigada...
- Cara! O que você tem? É sério! Você não tá no teu normal.
- Como você sabe? Ninguém reparou.
- Será que é porque eu não te vejo todos os dias, e por isso eu consigo notar a diferença?
- É, deve ser...
- Vai me contar o que aconteceu?
- Não é pra soar mal educado, mas você não se importa, então pra quê falar?
- Quem disse que eu não me importo?
- Nós precisamos parar de responder com outra pergunta.
- Não muda de assunto, hein? Quem te disse que eu não me importo?
- E por que se importaria?
- Porque querendo ou não agora você faz parte da minha vida – essa frase foi o suficiente para que tudo o que estava guardado dentro de Lua há semanas viesse à tona, os olhos dela encheram-se de lágrimas. – Hey, não chora...
- Eu tô bem, eu não vou chorar – ela disse com a voz trêmula, tentando controlar as lágrimas.
- Vem cá – Arthur disse se aproximando da garota, mesmo estando sentados lado a lado, o garoto pôde abraçá-la. – Pode chorar, não precisa ter vergonha de mim – ele sussurrou enquanto abraçavaLua com força, ouvindo-a chorar contra seu peito.
- Por que você tá fazendo isso? – a garota perguntou em um sussurro depois de alguns minutos.
- Isso o quê? Te abraçando? – Arthur perguntou sem soltá-la, ela estava com o rosto no pescoço do garoto, e este estava com os braços ao redor do corpo dela.
- Não. Sendo... hum... fofo – ela disse tão baixo que Arthur quase não escutou, e depois de ouvi-la não consegui segurar uma pequena gargalhada. – Do que você tá rindo? De mim?
- Jamais – ele disse e acariciou os cabelos da garota com tanto carinho que Lua pressionou o rosto contra o pescoço dele e respirou bem fundo, sentindo o perfume de Arthur, que conseqüentemente apertou mais o copo da garota contra o seu. Mesmo na posição ruim, os dois estavam tão perto um do outro que Lua estava quase no colo de Arthur – Eu apenas ri de você me achar fofo. É diferente ouvir você dizendo esse tipo de coisa sobre mim.
- Hoje você mereceu um elogio – ela disse ainda de olhos fechados, porém com o rosto apoiado no ombro de Arthur.
- Haha, obrigado. Mas... não quer me contar por que você tá tão triste assim? – ele virou o rosto olhando para baixo para olhar Lua no rosto, mas ela somente fez uma careta e negou com a cabeça; – Tudo bem então, mas quando quiser conversar...
- Obrigada...
- De nada. Ah Lua, não fica assim pra sempre não tá? Eu gosto de te ver irritadinha – ele disse de um jeito fofo fazendo Lua rir, mas ela sorriu mais pelo fato dele tê-la chamado de Lua e não deBlanco.
Arthur?
- Oi?
- Obrigada – ela finalmente abriu os olhos, e estes estavam vermelhos por causa do choro, mas dava a garota uma beleza diferente, tal beleza que Arthur definiu como uma ‘beleza melancólica’. – Por ter ficado comigo – ele a olhou nos olhos.
- Eu fico o tempo que você quiser... – com essa frase ele aproximou mais os rostos, estavam a milímetros de distância, de tal modo que podiam sentir leves toquezinhos dos lábios. Arthur deu um leve selinho na garota, meio que pedindo permissão, e como resposta, Lua levantou a cabeça do ombro dele e deu-lhe um selinho mais demorado. Afastaram os lábios e se olharam por alguns instantes, então Arthur passou a mão pelo rosto de Lua com carinho, fazendo a garota fechar os olhos ao sentir o toque. Ambos estavam com medo de um beijo mais profundo, medo do que poderiam sentir, medo da reação deles próprios e medo de não serem correspondidos.
E parando de pensar por um momento, Arthur trouxe Lua para perto de si novamente e a beijou. Um beijo calmo e terno. O ‘casal’ estava se sentindo maravilhosamente bem com a situação, com o toque, com o jeito de Arthur segurar o rosto de Lua carinhosamente, com o fato de que a garota estava com as pernas por cima das do garoto e que estranhamente o corredor permaneceu vazio durante todo esse tempo.
Quando Arthur começou a aprofundar o beijo, eles ouviram um barulho vindo de dentro do camarim e separaram-se rapidamente, as bocas vermelhas, respirações falhas e corações a mil. Lua sentou-se direito a pegou a revista no chão e segundos depois Pedro e Rayana saíram do camarim gargalhando:
Chay você é o pior!
- Ah! Oi gente – Mel disse para os dois sentados no chão. – Cara, o Chay levou o maior tombo... Tadinho do meu amor.
- É! Tadinho de mim – Chay fez cara de coitadinho.
- O que vocês estavam fazendo aqui sentados no chão e que cara de choro é essa hein Lu? – Rayana perguntou.
- É... - Arthur estava sem resposta.
- Nós estávamos brigando como sempre! Por causa de uma coisa da revista. E eu tive uma crise de espirros, por isso a cara de choro – Lua disse rapidamente tentando parecer o mais confiante possível.
- É, foi isso – Arthur disse sem graça, e levantou do chão, em seguida ofereceu a mão para Lua levantar, ela segurou na mão do garoto e levantou.
- Vamos embora galera? – Micael apareceu no corredor.
- Vamos! – responderam.
Mas uma coisa que nenhum dos amigos reparou: um casal que não era bem um casal ir até o ônibus de mãos dadas...

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