Web Other Directions - Capitulo 66

Pov' Lua

Meu coração estava apertado. Não entendia o motivo, mas pensar que o Davi estava subindo e que daqui a pouco teria que encara-lo me dava uma angústia que por pouco não cabia dentro do peito. Se Arthur soubesse que eu tinha encontrado com Davi ele com certeza ficaria muito bravo. O que eu mais queria era evitar qualquer tipo de briga com Arthur, logo agora que nós tínhamos feito as pazes, porém não dava mais tempo de voltar atrás.
A campainha tocou e minhas mãos suavam frio. Eu definitivamente não entendia o por que de todas aquelas reações. Uma coisa dentro de mim me dava péssimas sensações. Abri a porta hesitante. Encontrei um Davi pálido, com cara de quem não dormia a dias com preocupações. Estava até mais magra, perdendo um pouco daquele porte másculo de antes. Suas olheiras denunciavam o quão cansado ele estava. Ele estava estático ao me ver, com um pouco de cara de maniaco. Antes de falar alguma coisa, ele me abraçou. Me puxou para um abraço tão forte que quase poderia me esmagar. Eu não tive como não retribuir. Sua respiração era pesada e parecia estar também aliviada, mas o que estava acontecendo?!

- O que você tem Davi? - Perguntei, tentando a qualquer custo me desvencilhar de seu abraço, mas ele não me deixava. Não me machucou em hipóteses alguma, mas também seus braços me apertando daquele jeito não era nem um pouco confortável. - O que aconteceu com você?

- Eu passei todo esse tempo preocupado com você Lua. Você não dava noticias, não aparecia mais por aqui. Eu te procurava manhã, tarde e noite. Te ligava e todas as minhas ligações eram recusadas. Você não sabe como isso me fez mal, eu não conseguia dormir pensando em como você estava, se estava bem. Você é um monstro Lua. Me evitou como se eu não tivesse sentimentos, como se eu não fosse me importar contigo por todo esse tempo e o pior de tudo, eu não consigo deixar de gostar de você. Que feitiço foi esse que você jogou sobre mim?! - Ele cuspiu todas aquelas palavras me deixando completamente estática. Nunca se passou pela minha cabeça que ele gostava de mim daquele jeito.

- Davi, é melhor você ir pra casa. Toma um banho, relaxa. Eu prometo que a gente conversa quando você estiver mais calmo. - Falei tentando acalma-lo e discretamente andando para trás, tentando me afastar o máximo possível dele.

- Nada disso Lua. Você não vai fugir agora que te tenho nas minhas mãos. Você é minha, pra sempre, tá entendendo? PRA SEMPRE! - Ele disse me puxando pela cintura e tentando me beijar, eu desviava. Meus olhos já estavam cheios de lágrimas.

- Como eu te disse Lua, agora você é minha. - Ele falou puxando umas fitas de dentro no bolso. Me segurou pelo pulso e com um pouco de dificuldade, devido minha relutância, me amarrou.

- ME LARGA, SOCORRO! - Gritei, chorando incessantemente. Ele tapou minha boca com sua mão e depois a amarrou. Minhas pernas estavam tão fracas que eu mal conseguia me mover para chuta-lo. Ele pegou seu celular e ligou pra alguém, disse que era agora e rapidamente desligou. Pegou mais uma corda e amarrou minhas pernas. Merda. O que ele pretendia fazer comigo? Meu corpo tremia de medo com a única possibilidade que se passava pela minha cabeça... um sequestro. Davi começou a passar a mão por todo meu corpo, por todo mesmo. Até que pegou o que queria, no bolso traseiro da calça, a chave do carro. Olhou pra todo meu corpo, me causando mais medo ainda.

- Você ainda vai ser minha, por bem ou por mal! - Ele falou, puxou meu corpo mais pra perto do seu e apertou minha bunda, me causando um nojo que nunca tive por ninguém eu toda minha vida. Depois disse, me pegou no colo e desceu as escadas rapidamente. Quando cheguei lá o porteiro não estava na portaria e nós entramos saímos sem ninguém nos ver. Ele me guiou até meu carro e jogou no banco de trás. Sentou no banco do passageiro e cinco minutos depois chegou um homem, provavelmente quem iria dirigir. Eu só sabia chorar. Que merda de vida. Por que tudo estava conspirando contra mim?

- Então essa é a tal Lua? - O homem perguntou, com sua voz asquerosa. Davi confirmou. - Gostosinha ela. A gente pode fazer um estrago bem grande com ela. - Falou, me deixando com muito medo. Mas muito medo mesmo. E eu que pensava que essas coisas só podiam acontecer em novela.

- Não pense em encostar um dedo nela. Só quem pode e fará isso sou eu. - Davi falou, bravo. Eu não podia me mexer, muito menos chorar. Pedir socorro era quase inútil. Fechei meus olhos, encostei minha cabeça no banco e deixei que todas as lágrimas escorressem por meu rosto.