Web Daylight - Capitulo 1



"Talvez seja melhor do que eu pensei..."



Pov' Melanie.

Eu estava ansiosa, muito ansiosa. Não seria tão fácil quanto eu pensava. Eu nem cheguei em Boston e já sinto vontade de voltar para o conforto do meu lar, com meus pais e meu irmãozinho. Mas eu que escolhi por isso não foi? Então... você não deve estar entendendo nada, mais o meu sonho desde criança foi estudar 1 ano em alguma cidade dos Estados Unidos. Mas agora que eu estou chegando lá, eu me arrependo eternamente de algum dia pensar que isso seria legal. O que tinha na minha cabeça? Ir para um novo país, morar na casa de uma família completamente desconhecida, estudar em um colégio desconhecido com pessoas estranhas. Eu só posso ter merda na minha cabeça. O avião já estava aterrizando e meu estômago revirava, a primeira coisa que eu farei quando chegar na casa da família Blanco e me jogar na cama e dormir. Pretendo dormir até o dia que começa as aulas. E que fique claro, eu terei que enfrentar o inferno daqui a 3 dias. É, eu não sou a pessoa mais sortuda do mundo. Finalmente aquele treco parou de sacudir e as pessoas começaram a se aglomerar nos corredores. Minha vontade de vomitar? Aumentou. Levantei-me do meu assento, peguei minha bolsa e tentei desviar o mais rápido possível de todas aquelas pessoas. Peguei minha mala depois de longos 20 minutos esperando e fui a procura da tal Lua Blanco e sua mãe, Cláudia Blanco. Reconheci pelas fotos que já tinha visto, e também porque elas seguravam uma placa escrita "Melanie Fronckowiak". Fui em direção a elas, que me abraçaram.

- Eu sou a Lua Blanco e essa é minha mãe, Cláudia. - A Lua era loira, baixinha e parecia simpática. Vestia uma calça jeans e uma blusa regata. Era muito bonita, por sinal. Sua mãe parecia com ela, só que tinha os olhos mais claros. Sorria o tempo todo, como sua filha.

- Prazer! - Falei abrindo um enorme sorriso. Elas pareciam ótimas pessoas e eu não mediria nenhum esforço para ser legal e simpática com duas pessoas que estão me acolhendo tão bem em sua casa.

- Então Melanie, como foi a viagem? - Cláudia falou pela primeira vez.

- Me chame de Mel, por favor. - As duas assentiram. - Então, foi boa, a não ser o final, onde as pessoas se aglomeraram demais, me fazendo enjoar. - Ri baixinho e elas me acompanharam.

- Você deve estar muito cansada, não é mesmo, querida? - Cláudia perguntou. Sua voz doce era acolhedora.

- Muito... acho que vocês nem perceberão minha presença nesses dias. Irei dormir muito!

- Você precisa descansar para as aulas mesmo, eu vivo falando isso para a Lua, mais ela só quer saber de sair com os amigos, de conversar e quando começa as aula fica morrendo.

- Mãe, não fale mal de mim para a Mel, que impressão ela terá desse jeito? - Eu e Cláudia rimos. - Não acredite nela, eu sempre fico em casa. Talvez agora nem tanto já que eu vou ter uma companheira para sair. - Ela deu um sorrisinho engraçado. Talvez nós nos tornássemos amigas mesmo.

- Mel, não aceite sair toda vez que ela chamar, a Lua as vezes é muito louca. Eu sempre disse que ela tinha que ir para um psicologo, mais ela não aceita, teima comigo. - Eu ri, até a Lua riu.

- Mamãe, quem precisa de acompanhamento psicológico é a senhora. - Voltei a gargalhar. Elas eram muito engraçadas. Pelo menos me divertir eu sei que vou. Nós ficamos conversando e depois de uns 30 a 40 minutos chegamos na casa delas, que agora também era "minha". Era enorme e muito bem arrumada. - Vamos, venha comigo! - Ela me chamou e eu a segui. Subimos as escadas e eu vi quatro portas. - Bem... aquela porta é do quarto da minha mãe. - Ela apontou para a porta e eu concordei. - Esta é a minha... essa é a sua e aquela é de visitas. - Eu assenti, coloquei a mão na maçaneta e abri a porta. O quarto era enorme. Tinha uma cama de casal, uma televisão, uma mesa com os livros que eu usaria durante o ano. Tinha meu guarda-roupa e umas gavetas ao lado da cama. - Os nossos quartos não tem banheiro, e eu vivo reclamando com a minha mãe por isso. Mas enfim, tem um banheiro no final de corredor. Eu costumo demorar, mais serei legal com você sendo rápida, pelo menos no começo. - Ri. - Qualquer coisa você pode usar o banheiro da minha mãe ou não usar o banheiro, você quem sabe.

- Obrigada. - Sorri em agradecimento.

- Eu vou te deixar dormir... se precisar de qualquer coisa é só bater na porta do lado. Ah, se quiser comer e não tiver ninguém em casa é só abrir a geladeira, não precisa fazer cerimônia não. - Ela mandou um beijinho no ar e eu me joguei na cama. Liguei meu celular e enviei uma mensagem para minha mãe dizendo que estava tudo bem. Tinha prometido ligar, mais meu sono não me permitiu, dormi com a mesma roupa que eu havia chegado.

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