Web Summertime - Capitulo 16




The last Week of Summer

- Eu não consigo acreditar em tudo que aconteceu nessas férias! - Ully disse, jogando os pés no colo de Micael. - E, por Deus, só falta UMA SEMANA!
Todos concordaram com a cabeça.
- Realmente, essa viagem foi meio surreal... - Thiago disse e Lua riu.
Meio surreal? - ela fez careta, mudando o canal da televisão. - Você está sendo muito bondoso quanto a isso, baby.
- Vocês já pensaram em como seria se tivéssemos continuado os mesmos? - Micael fez cara de sábio, fazendo as garotas rirem. - É sério!
- Acho que nunca tinha parado pra pensar nisso não, Borges! - Lu disse e sorriu, sentindo o beijo que Arthur depositou em seu ombro.
Todos, com exceção de Chay e Melanie, estavam na sala, depois do almoço. Estavam com preguiça de fazer qualquer coisa, então resolveram ficar jogando conversa fora. Era a última semana na Riviera, mas já tinham aproveitado tanto que podiam se dar ao luxo de ficar sem fazer absolutamente nada por algumas horas.
- Gente - Soph sentou-se corretamente, encarando as pessoas ao redor. - E se o Arthur e a Lu ainda se odiassem? Será que o Thiago e a Ully teriam se aproximado? Será que eu teria me aproximado do Micael? Será que... Será que a gente se quer se falaria?

 Do jeito que poderia ter sido

- O que diabos você ta fazendo aqui? - Lua gritou para Aguiar, que estava jogado no sofá, vendo um jogo de futebol na televisão.
- Fazendo malabares com fogo, não reparou não? - ele riu, sarcástico.
- Aguiar, se manda daqui! Essa tarde os garotos tem que SAIR porque a casa É NOSSA! - Lu disse séria - Esse era o combinado!
- Eu não combinei nada com ninguém. - Arthur disse calmo, percebendo que a garota em sua frente ficava vermelha de ódio. Ele amava fazer isso. Sabia que só faltava um pouco para que explodisse.
- Combinou sim, merda! Tá escrito no papel da geladeira! Nessa semana a casa é só nossa na quarta feira! Por que você não age como um homem uma vez na vida e respeita isso?
Arthur bufou, sentando-se no sofá.
- Eu saio daqui se você me fizer um favor.
- Eu não vou fazer nada pra você, Aguiar. - Lua rolou os olhos.
- Então acostume-se à minha presença. - Ele sorriu, vitorioso, jogando o corpo pra trás de novo. Lua xingou algo desconexo e o puxou pelo cabelo, fazendo-o gritar: - Outch! Mas que porra!
- O que você quer, idiota?
- Puxar o cabelo não vale tão a pena quando a pessoa não ganha um chupão no pescoço depois - Arthur resmungou e Lua gargalhou.
- Nem que eu estivesse muito louca.
- Você sabe que me quer, docinho - ele murmurou, e a garota bufou.
- QUANTAS MIL VEZES EU VOU TER QUE FALAR PRA VOCÊ NÃO ME CHAMAR DE...
- Docinho? - Aguiar riu. - Te acho tão sexy nervosinha, docinho.
- Arthur! O que diabos você quer pra sair daqui? FALA LOGO!
- Nossa, pra que você quer tanto que eu saia? Vai trazer algum francês fedorento pra cá? - Ele riu.
- Melhor perfume francês forte do que esse bafo de cerveja, queridinho... - Lu sorriu vitoriosa, vendo a cara que Arthur fez. - Só pra constar: isso está influenciando no seu corpo, dou dois anos para você estar super...
- Cala a boca, eu não vou ficar gordo em dois anos. - Arthur rolou os olhos. - Você é insuportável.
Lu deu de ombros.
- Só estou sendo realista.
- Cala a boca! - Arthur resmungou.
- Fala logo o que você quer, Arthur, e vá se juntar aos demais losers!
- Ah, sim! - Ele sorriu. - Só quero uma coisinha. Que você dê dois passinhos pro lado.
- Quê? - a garota exclamou, e Arthur fez sinal com a mão.
- Você tá bloqueando a TV.
Lua tacou uma almofada na cara de Arthur assim que ouviu o que ele disse, fazendo o garoto gargalhar. Ele tinha feito com que perdesse todo aquele tempo? Mas isso não ficaria assim, isso ele podia ter certeza. Arthur achou estranho Lua não ter dito nada e partido escada acima, mas o pensamento logo lhe fugiu da cabeça quando o Chelsea começou a se aproximar da área.
- Amiga, se toca, eu já disse que não tem como você ser amiguinha de um daqueles losers! - Mel disse e Ully rolou os olhos, entediada.
- Por Deus, Melanie! Não é como se eu fosse melhor amiga de infância do Thiago, eu só conversei com ele por 15 minutos!
- Inaceitável - Soph disse, fazendo a amiga bufar.
- Inaceitável eu ter uma conversa?
- Não, inaceitável! NO NOSSO SOFÁ QUANDO O DIA É NOSSO! - Soph berrou, mas Arthur mal se movimentou.
- Shiu, tá atrapalhando meu jogo!
- Era pra você estar na praia com o restante da sua turminha, não é mesmo? - ela disse.
- Você não manda em mim, Sophia. - Ele rolou os olhos. - Fica quieta.
- Mas por que você quer ficar em casa com um sol desses mesmo? Não tinha nenhuma biscatinha francesa pra você... - Mel ia dizendo quando foi interrompida.
- Ele quer testar minha paciência, amiga - Lu disse, descendo as escadas. - Mas não vou cair nessa.
Arthur soltou uma sonora gargalhada no sofá.
- Como se eu me importasse tanto assim com você, Lua - disse, olhando pra tela. - Se enxerga.
Ela sorriu, caminhando até a cozinha.
- Eu já disse pra você não mexer comigo, Aguiar - disse calmamente.
- Cala a boca, tá nos pênaltis! - ele disse, e ela riu baixo.
- Eu sei - murmurou.
Esse pode ser o gol decisivo do jogo. Se o Chelsea não marcar, o campeonato é do Manchester. Se marcar, a torcida do Blues comemora. Partiu diretamente para o...
- MAS QUE PORRA FOI ESSA? - O grito de Arthur ecoou pela casa inteira. Lua começou a rir descontroladamente, ainda com uma das mãos no quadro de luz da casa. Tinha assistido àquele jogo babaca por meia hora, mas sabia a hora certa de fazer Arthur ter uma síncope. Tudo que ouvia era um palavrão atrás do outro na sala, e eles começaram a ficar mais próximos da cozinha. Rapidamente, fechou o quadro de luz e sentou na bancada, tentando prender o riso.
- FOI VOCÊ! - Ele entrou gritando, e a garota sorriu de canto, cínica.
- Tô limpa, oficial Aguiar! - Colocou as mãos pra cima e ele a segurou pelos ombros.
- Você vai me pagar muito caro! - disse entre dentes, Lu podia ver o ódio em seu olhar. Arthur a soltou com força, fazendo a garota quase tombar de costas. Suas amigas já estavam por perto.
- A culpa é minha que a luz acabou agora? - disse com cara de anjo, vendo Arthur caminhar até o quadro de luz e subir a alavanca, fazendo com que todas as luzes da casa acendessem.
Ele não respondeu. Apenas correu para a sala para ver a televisão.
- MANCHESTER UNITED É CAMPEÃO! - Ouviu o narrador gritar, e xingou mais meia dúzia de palavrões. Estava tão puto que nem conseguia raciocinar.
Viu Chay, Micael e Thiago entrarem na sala, cabisbaixos, e teve certeza que a porcaria do Chelsea tinha perdido. Sem pensar, correu até a cozinha, sentindo a fúria que percorria seu corpo.
- NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! - berrou, apertando o braço de Lu, que gemeu, mas não disse nada.
- Eu te disse pra não mexer comigo... docinho - a garota soltou a palavrinha que ele tanto amava usar para irritá-la, junto com uma piscadela que o deixou furioso. Como ela conseguia ter aquela carinha de anjo o tempo todo? Filha da puta!
- Você foi longe demais! - ele disse alto. - E vai me pagar caro por isso!
- Vai fazer o que? Me bater? - Ela sorriu com todos os dentes, sabendo que mesmo para Arthur, que a odiava, aquilo não era uma possibilidade.
- Dude, o que você ta fazendo? - Chay chegou na cozinha, acompanhado do resto da casa.
- Fica fora disso, Suede - Arthur disse, com o olhar fixo no de Lua.
- Repito: você vai me bater, queridinho? - ela provocou, e Thiago chegou perto dos dois.
- Lua, para com isso! - ele disse e puxou Arthur pelo braço. - Você vem comigo.
- Eu não vou pra porra de lugar nenhum! - Aguiar disse baixo, mas com a voz quase falha. - Aliás... - Ele riu malicioso. - Vou sim.
Arthur disparou para fora de casa. Todos ficaram sem entender, Sophia brigava com Micael no canto sobre “a culpa ser toda do Aguiar”, e Lu fez um único movimento: levar a maçã à boca, como se nada tivesse ocorrido. Arthur voltou - ela podia perceber sem se virar -, mas o estranho foi ouvir o grito de pavor que Melanie deu. Pensou que ele estivesse com uma faca ou coisa do tipo. Quando virou o corpo pra olhar, viu que ele tinha uma lata de tinta em spray verde limão nas mãos. E suas sandálias Louboutin nas outras. Antes que conseguisse gritar algo, elas estavam totalmente manchadas com tinta de grafite.
- EU VOU MATAR VOCÊ, GAROTO! - gritou, pulando da bancada e indo em direção a Aguiar.
- EU AJUDO! - Mel se solidarizou, e logo uma gritaria se instalou na cozinha. Thiago tentava segurar Lua, antes que socasse Arthur, mas não deu muito certo. Todos discutiam em volta deles.
- VOCÊS SÃO MALUCOS!
- VOCÊS QUE SÃO UM BANDO DE PATRICINHAS MIMADAS!
- ESSA É A PIOR VIAGEM DE TODAS!
- PODE TER CERTEZA QUE...
A gritaria cessou com o barulho de algo de vidro caindo no chão.
Arthur segurou a testa, como uma cena que não havia acontecido tanto tempo antes, e sentiu o sangue escorrer.
- EU ODEIO VOCÊ!
Arthur e Lua gritaram juntos, fazendo todos arregalarem os olhos.

(...)

- PARA, PARA, PARA! - Arthur gritou. - Não gosto de pensar em “como seria” - ele fez aspas com os dedos, abraçando Lua pelas costas. - Eu gosto muito mais de como é agora - disse, e todos entoaram um “awnnn”, fazendo-o corar e Lu rir.
- Eu também prefiro muito mais como está agora, namorado - ela sussurrou, fazendo Aguiar sorrir abobalhadamente e beijá-la.
- Eu gosto quando você me chama de namorado - ele disse, sorrindo.
- Eu gosto de ser sua namorada. - Ela riu.
- Ah, que nojo, já aumentou minhas diabetes de novo! - Ully disse, fazendo todos gargalharem.
- Fala sério, aposto que você e o Thiago são super melosos um com o outro. - Lu desafiou.
- Eca, jamais. - Ully riu. - Ser meloso é para os fracos. Os fortes curtem umas coisas mais picantes que isso.
- NOSSA! - Micael gritou, fazendo todos rirem. - Quer dizer então que vocês são o casal made in México? - disse, e todos gargalharam.
- Estamos mais pra um casal made in vulcão - Thiago se gabou, fazendo todos gargalharem.
- Menos, Amaral, quase nada, vai - Ully disse, fazendo Micael se contorcer na cadeira.
- Tá rindo do que, senhor “eu sou o cara mais lindo que você já viu?” - Arthur sacaneou. - Pelo amor, hein Micael, não foi assim que eu te ensinei...
- Cala a boca aí, vai, docinho! - Borges soltou e todos riram.
- Gente, isso é muito divertido! - Soph bateu palmas de uma maneira que fez Arthur pensar em uma foca, e rir.
- O quê, Soph? - Lu indagou.
- Você namorando o Arthur. O casal mais quente que pimenta Thiago e Ully e bom... Eu e essa coisa aqui - ela disse, corada, fazendo Micael rir.
- Obrigado pelo coisa.
- Não há de quê - ela respondeu, rindo baixo.
- Pra ser mais perfeito, só faltava... - Ully começou a dizer, quando Melanie entrou pela porta.
- Gente, vocês não vão acreditar! Fiquei duas horas na fila do mercado, e quando cheguei lá, tava sem sistema pro meu cartão! QUE ABSURDO! - ela disse, enquanto todos riam baixo. - Do que vocês estão rindo?
- De nada - Thiago disse, segurando o riso.
- Só estávamos conversando sobre como teria sido, caso o Arthur e a Lu ainda se odiassem - Soph disse naturalmente.
- Ah... - Mel fez cara de pensativa, como se ainda calculasse a hipótese. - Estranho, não consigo mais pensar neles separados! - riu. - Vou pôr essas coisas na geladeira.
Todos se entreolharam, tentando rir baixo, mas assim que Ully ia abrir a boca pra prosseguir, Chay desceu as escadas.
- Cara, dormi demais! - ele disse, e Ully bufou.
- Nunca vou terminar meu raciocínio - ela disse e Amaral riu baixo, beijando-a.
- Alguém quer dar uma volta na praia? - Chay perguntou, mas todos negaram. Ninguém queria sair dali, e se saíssem, Ully mataria um a um com as próprias mãos. - Ok então. Qualquer coisa, tô no celular.
Chay bateu a porta, e todos encararam Ully.
- Acho que minha fala perdeu a graça de tão óbvia - ela disse e Lu riu, maliciosa.
- Sei bem o que está pensando.
Micael arqueou a sobrancelha, maroto.
- Declaro aberta a “Operação União do último Casal” - disse, e todos riram, batendo as mãos.
As coisas estavam bastante claras para aqueles seis amigos. Oito pessoas, quatro garotos, quatro garotas, a matemática é simples. Quatro casais. Não podiam ser três, Chay e Melanie ficariam juntos nem que fossem amarrados. Tudo bem que todos desconfiavam que isso não seria preciso, afinal, assim como os demais, a estranha magia da viagem pra França também tinha os tornado bem amigos, o que facilitava o processo.
- Ok, o que vamos fazer? - Arthur fechou a porta atrás de si, certificando-se que Melanie tinha realmente ligado o chuveiro no quarto ao lado - Precisamos de um plano.
- Ou de vários, porque o Chay é meio lerdo... - Thiago disse e os garotos riram.
- Ei! Vocês tão falando do meu irmão! - Lu fez careta, segurando o riso.
- Digamos que você é mais homem que ele, Lu - Micael disse simplesmente, e todos o encararam. - Tá, não foi uma boa comparação.
- Ainda bem que você sabe - Lu disse, e Ully rolou os olhos.
- Gente, cadê o foco? Tudo bem que a Mel demora três horas no banho, mas no ritmo que vamos, não teremos nada quando ela sair!
- É, e o Chay pode voltar e estragar tudo.
- Andei pensando em algumas coisinhas... - Ully fez cara de intelectual. - Algo simples, como... Verdade ou desafio?
- Ah, não! - todos disseram juntos.
- Ully, isso só é solução se você está no pré e quer dar seu primeiro... selinho! - Arthur fez careta e Thiago riu.
- Me diz que você não brincava de verdade ou desafio no pré! - Lua indagou e Arthur riu.
- Com garotas da quarta série - se gabou, e a garota fez careta, dando um tapa em seu braço.
- Seu puto! - Ela riu, e ele a acompanhou.
- Ok, e se nós fizéssemos um encontro pra eles? - Soph disse, com os olhos brilhando. Arthur fez careta de novo.
- O que foi dessa vez, Aguiar? - Ully bufou e Lua riu.
- Nada não. Arthur ainda anda traumatizado com encontros - ela disse, rindo baixo.
- Você devia estar também. - Ele fez bico.
- Não podia ter acabado de melhor forma, eu já disse isso pra você. - Ela sorriu, e Arthur sentiu a nuca arrepiar. Como ela era boa nisso!
- Bom, eu acho muito digno um encontro! - Ully concordou com Sophia.
- Também acho! - Lu se manifestou.
- Mas e se... - Thiago interrompeu.
- E se nada, Thiago! Você não vai dar ideia melhor! - Ully disse e todos sacanearam Amaral por pelo menos cinco minutos.
- Patroa, deixa ele continuar, vai? - Arthur riu e Ully mostrou o dedo do meio pra ele.
- Hoje, quando eu e a Lu acordamos, tava passando Friends na TV... - Thiago disse, pensativo. - Era um episódio que a Phoebe e o Joey tentam juntar o Ross e a Rachel.
- Nossa, Thiago, genial! - Lu bateu palminhas e Micael riu.
- E o que eles fazem? - Ully perguntou.
- Vocês sabem que se inventarmos um encontro pra eles, eles jamais vão aceitar. Só se for obrigado mesmo. Então no seriado, eles marcam dois encontros terríveis, pra que no final o Ross e a Rachel descubram que são perfeitos um pro outro.
- Eu amei! - Ully sorriu.
- Pra quem não queria me deixar falar... - Thiago fez bico, e Ully riu, beijando-o.
- Tá, mas no seriado não dá certo! - Micael disse. - Eu lembro do episódio.
- Ok, mas o nosso vai dar! - Lu disse, decidida. - Somos muito fodas. Faremos tudo perfeitamente. Milimetricamente calculado.
- Meio CSI esse papo...
- Cala a boca, Micael!
- Tá, beleza... - Lu sorriu, maliciosa. - Vamos arrumar um encontro terrível para a Melanie. E o Chay vai tomar um bolo.
- Encontro terrível pra Melanie? Hmmm... O cara pode vir buscá-la a pé! - Arthur riu. - Vamos arrumar um cara pobre que venha de ônibus!
Todos riram da idéia, sabendo que ela fazia muito sentido.
- Foda é arrumar alguém pobre na Riviera Francesa! - Thiago disse.
- JÁ SEI! - Ully deu um pulo da cama - Soph, como era o nome daquele ator que bonitão que veio na nossa festa?
- Ully, é pra ela odiar o cara!
- Eu seeeei! - Ully rolou os olhos. - Mas ele é ator, durd! Ele pode ser bonito, mas pode estar fedido e atuar que é pobre!
- BRILHANTE!
- Eu sei, sou foda.
- Quieta! - Lu riu. - Esse povo ta muito pretensioso ultimamente! Convivência com você, docinho? - Ela riu da cara que Arthur fez.
- Você vai pagar por essa hein?
- Adoro pagar meus pecados - respondeu, maliciosa.
- AI, JESUS, eu sou muito novo pra ouvir essas coisas! - Micael fez cena e todos gargalharam, enquanto tentavam formular todos os detalhes do plano.
As garotas estavam na praia - tudo dentro do plano, é claro - e Melanie estava com elas. Lu escondia-se embaixo do guarda-sol, tomando uma água de coco. Não era adepta ao bronze, enquanto Ully e Mel tostavam sob o sol. Soph tinha ido dar um mergulho. Para voltar com algo de lá.
- Gente, sabe o que eu tava pensando? - Mel puxou assunto.
- Fala.
- Última semana, acho muito que devemos dar nossa última festa de arromba na Riviera!
Ully e Lu se entreolharam, empolgadas. Tinham pensado tanto na “Operação”, como diria Micael, que tinham esquecido que uma festa de encerramento seria fundamental.
- Seria perfeito, Mel!
- Pensei em algo diferente dessa vez...
- Como assim? Algo com tema... Tipo baile de máscaras? - Lu perguntou empolgada.
- Na verdade, não. - Mel riu da cara de decepção da amiga. - Temos uma praia quase particular aqui. E esse lugar é lindo! Já viramos bests do dono do quiosque, achei que seria bacana uma festa na praia!

Flashback...

As lágrimas escorriam pelo rosto de Lu, que estava parada, agora olhando para Brian, que ria a cada palavra da maldita carta da aula de literatura. Arthur olhou para trás e seu olhar se encontrou com o de Lua. Foi quando ele percebeu que ela estava chorando. Em meio segundo, deu mais alguns passos e puxou Brian para baixo do palco, dando um soco certeiro em seu rosto. O garoto caiu na areia.
- Filho da puta! – Brian gritou e acertou outro soco em Aguiar, que cambaleou. - Você vai ser só mais uma vítima na mão dela!
Aguiar nada respondeu, mas tinha raiva no olhar. Virou outro soco na barriga de Portman.
Lua já estava ao lado das amigas gritando por socorro quando Ian também partiu pra cima de Aguiar, derrubando-o no chão. Então Thiago, Chay, Micael e outros garotos conseguiram apartar a briga com algum esforço.
- Eu disse que ia ter volta, vadia! – Brian gritava tentando se soltar dos braços de um desconhecido. – Me solta, porra! Eu ainda quero acertar uma no olho desse...
- Solta, deixa ele vir! – Arthur provocava, chamando-o com o dedo, enquanto também tentava se soltar de Thiago.
- Arthur, fica na sua! – Amaral segurava o amigo com mais força.
- Já chega vocês dois! – Lu gritou com os olhos vermelhos. – Você é podre, Brian. Muito pior do que eu esperava!

End Flashback.

- Ugh! - Lu chacoalhou o corpo. - Festas na praia me dão calafrios.
- Ué, por quê? - Mel perguntou e Ully olhou pra ela.
- Não se lembra da história da carta da aula de literatura que o Brian leu? - disse e Mel bateu com a mão na própria testa, envergonhada.
- Ai, amiga, eu esqueci, desculpa! - disse para Lua. - Mas no fim das contas, acabou sendo bom, vai? Você tá namorando seu loser agora! - Mel sorriu e as garotas riram.
- Você tem razão. Acho que festa na praia vai ser uma boa mesmo! - Lu concordou, e Soph aproximou-se delas, acompanhada do tal ator-bonitão, que atendia pelo nome de Cory Sparks. De acordo com Thiago, um nome meio gay.
- Meninas, vocês não vão acreditar no que acabou de acontecer! - Soph parecia ofegante.
- O que houve, amiga? Que cara é essa? - Ully perguntou como se estivesse muito preocupada, fazendo Lu se perguntar por que não as tinha carregado para o teatro.
- Quase me afoguei!
- Mentira! - Mel jogou sua Elle de lado. - Você ta bem, amore?
- Estou, porque encontrei com o Cory, ele me salvou! - Soph sorriu com todos os dentes, e o bonitão acenou para as garotas.
- Por que eu acho que o conheço, mesmo? - Melanie ergueu uma sobrancelha.
- Porque você me conhece. - Ele sorriu. - Fui na última festa de vocês na mansão.
- Ahhh... - Mel suspirou, com cara de tarada.
- Bom, Sophia, só queria me certificar de que você tava bem. Acho que vou indo - ele disse. - Ah, se mudar de ideia sobre hoje à noite, me liga - Cory deu uma piscadinha e saiu correndo, sem camisa, pela praia. Todas olharam boquiabertas - sem ensaio algum - para o corpo perfeito dele.
- Meu Deus do Céu, tô indo ali me afogar e já volto! - Melanie exclamou e Ully riu, vitoriosa.
Bingo.
- O que ele queria com você hoje, Soph? - Lu perguntou, segurando o riso.
- Ele queria que eu saísse com ele - Sophia respondeu, tímida.
- E VOCÊ NÃO VAI? - Melanie gritou.
- Claro que não! Já ouviu falar em um certo Micael Borges que atende pelo nome de meu ficante no momento?
- FICANTE NÃO É NAMORADO! - A reação previsível de Melanie fazia com que as meninas segurassem o riso.
- Na verdade, ele te achou bem gata, amiga. Eu posso ligar pra ele e dizer que você... - Soph nem conseguiu terminar a frase.
- Fechadíssimo, manda o bonitão me buscar às 20h!
- Cara, não acredito nisso! - Micael entrou na sala onde Chay e Arthur jogavam sinuca, e Thiago esperava sua vez.
- Ótimo, podemos em jogar em pares agora? - Amaral bufou e Arthur riu, posicionando-se para sua jogada.
- O que aconteceu, Micael? - Aguiar perguntou e Thiago pareceu cair em si, olhando pra cara de Borges, do que ele estava fazendo.
- Lembram da Maureen? - Micael indagou.
- Não. - Os três responderam em uníssono e Micael riu.
- A gostosa que o Arthur agarrou aquele dia que ele queria irritar a Lua!
- Ahhhhh. A Maureen. - Arthur fez uma careta, lembrando do dia.
- Então, ela me ligou... Querendo sair comigo. - Micael fez cara de cãozinho abandonado. - Mas eu tenho a Soph, nem vai rolar.
- Ah, nosso garoto está entrando num compromisso! - Chay sacaneou, e Micael mostrou o dedo.
- Chay, já que você é o único solteiro da turma, eu acho que você deveria quebrar esse galho e levá-la pra sair pra mim. - Micael disse simplesmente, e Suede levantou a cabeça, confuso.
- Por que você não diz pra ela que não pode?
- Porque eu não sei dizer não pra garotas... Vou oferecer você em troca. - Ele riu.
- Não sei se quero. - Suede murmurou.
- Qual é, para de ser gay, Chay! - Arthur resmungou. - A Maureen... Bem, pelo que eu lembro, era bem gostosa!
- Ei, olha o respeito, cunhado! - Chay fez uma voz afetada e os garotos riram.
- Sério, ela é gostosíssima, Chay! Eu lembro! - Thiago incentivou.
- Tá bom, vai! - Chay disse, errando uma bola. - Eu passo pra pegá-la?
- Não precisa, eu marco pra vocês no restaurante. - Micael sorriu de forma angelical, e fez com que Thiago quase cuspisse o refrigerante.
- Ok. Melhor assim.

- Fala, docinho - Arthur atendeu o telefone, e Lu riu.
- Tudo certo com meu irmão?
- Tudo no esquema. Ele acha que vai encontrar a Maureen - Arthur riu.
- Quem diabos é Maureen? - Lu sussurrou do outro lado. Arthur não entendeu por que ela estava fazendo aquilo, talvez só quisesse dar um ar de seriado policial à conversa.
- Por que você tá sussurrando? - ele sussurrou de volta, e a garota riu.
- Quem é Maureen? - Lu disse um pouco mais alto.
- A garota amiga do Micael... - Arthur parou a frase.
- Que você agarrou? Lembro da vaca - ela disse baixo, e Arthur não estava vendo, mas tinha certeza que tinha rolado os olhos.
- Ei, já passou isso, ok? - ele disse. - Além do mais, ela nem sabe de nada.
Lu riu.
- Somos muito maldosos. A Mel já tá de encontro marcado com o Cory. E ele já sabe direitinho como agir.
- Beleza! - Arthur comemorou. - Ah, por que você ta sussurrando mesmo?
- Porque é sexy. - A garota riu. - Porque a Melanie tá aqui, óbvio. Melhor eu desligar.
- Ok, não fique demais no sol, se você se queimar eu não terei como me vingar de você essa noite. - Arthur disse maroto e a garota gargalhou.
- Cala a boca, vai. - Ela ainda ria. - Beijos, amor!
- Beijo, linda.

Estava tudo certo para a “Operação União do Último Casal”. Melanie estava deslumbrante, tinha usado todas as marcas possíveis e um salto finíssimo que com toda certeza não seria bom para o lugar que estava indo. Ully teve dó e vontade de rir ao mesmo tempo, mas ficou quieta. Chay tinha se arrumado pra encontrar a gostosona no restaurante, mas ainda estava na sala vendo TV com os caras, porque não teria que buscá-la. O interfone tocou e Arthur correu, rindo baixo, presumindo que seria o tal Cory-Nome-de-Gay-Sparks.
- Melanie! - ele gritou. - O tal do Cory tá aí!
- Ai, meu Deus! - Ela ajeitou o vestido curtíssimo preto que usava. - Estou um arraso?
- Até eu sairia com você, amiga - Lu disse, rindo. - Vai lá, arrasa o coração do gatão Cory!
Mel desceu as escadas e os quatro garotos viraram o pescoço pra olhar. Estava deslumbrante. Micael abaixou o rosto para não rir e estragar tudo, mas presumia que ela ficaria muito puta.
- Wooo-Wow! - Chay disse, e Lu cutucou Soph para que visse a reação dele. - Você está linda - disse, meio corado.
Mel sorriu largamente.
- Obrigada.
- Bom encontro com o Cory-Gay, Mel! - Thiago disse e Arthur riu.
- Gay é você! - ela respondeu, rindo.
- Não é o que a Ully acha - Thiago se gabou e Ully arqueou a sobrancelha.
- Cão que ladra não morde, Amaral - disse, desafiadora, e ele sorriu.
- Veremos.
Melanie caminhou rindo (de Thiago e Ully) e xingando (o caminho de pedras que era horrível pra andar de salto) até o portão. Ao abri-lo, encarou um Cory lindo como sempre, porém vestido... De bermuda, camiseta e chinelos?
- Nossa, caprichou! - Cory aproximou-se para cumprimentá-la. - Não sei se mereço tudo isso...
"Ok, Melanie, respire. Pelo menos ele é gatíssimo!"
Cory a abraçou e Melanie xingou a si mesma por ter dito "respire". Ele estava suado e nojento. Ninguém merecia aquilo, ninguém. Mas uma coisa sua mãe tinha lhe ensinado: uma dama jamais comenta algo assim, então sorriu amarelo.
- Vamos? - perguntou, delicada.
- Claro! É melhor irmos mesmo, o ponto mais próximo é a dois quarteirões. - Cory respondeu simplesmente.
- Ponto? - Melanie elevou um pouco a voz. - Ponto de quê?
"Diga táxi, diga táxi..."
- De ônibus, ué! - Cory riu baixo da cara de choque da garota, puxando-a pela mão enquanto contava qualquer história boba sobre "como seu carro tinha quebrado".
Chay partiu para o restaurante pouco tempo depois. Estava feliz de encontrar a gostosona da Maureen. Tudo que precisava era de uma noite longa de diversão com uma bela garota. Esse negócio de único solteiro da casa estava começando a irritá-lo. É claro que podia optar por se unir a outra solteira da casa, mas isso seria meio óbvio - e convenhamos, bem difícil, tendo em vista que ela também tinha um encontro e estava linda. O tal cara do nome gay tinha sorte, mas ele também. Maureen era um belo passatempo.
- Boa noite, senhor. - Uma moça bonita dos olhos verdes veio atendê-lo. - Posso ajudá-lo?
- Claro. Eu tenho uma mesa reservada em nome de Chay Suede.
A garota sorriu, checando.
- Mesa para dois, não? Me acompanhe, por gentileza.

Melanie não poderia estar mais irritada. Tudo que conseguia pensar era que preferia ter sido atropelada pelo carrinho de cachorro quente que cruzava a rua do lado de fora. Aquele cara era gato, mas não valia nem um pouco a pena. Estava de bermuda, suado, a fez andar de salto e pegar ônibus, e como se não bastasse, tinha a levado para comer hambúrguer e milk-shake num dinner anos 50 em que a procedência da comida era bastante duvidosa. O cheiro de gordura lhe dava voltas no estômago, e só pra completar, ele comia de um jeito terrível e falava de boca cheia. Era como se alguém tivesse entrado em sua mente e tirado de lá seu pior pesadelo, pra usar contra ela mesma.
- Gata, vou tirar água do joelho.
Cory disse e levantou. Mel sacou o celular no mesmo instante, ligando para Lu. - Fala, gatinha. - Lu atendeu quase rindo, presumindo o que viria. Todos estavam com ela, comendo pizza.
- Me mate. Mas tem que ser AGORA! - Mel gritou, enfurecida. - Esse é o pior encontro EVER!
- Do que está falando, amiga? - Lu fez voz de confusa e Arthur chacoalhou a cabeça, falando "malvada", apenas mexendo os lábios.
- Esse Cory é horrível! Ele é nojento, ridículo, ele... Ei, olha por onde você anda, mulher de patins! Se derrubar milk-shake no meu vestido eu te processo! - Mel gritou, totalmente afetada, e Lu acabou rindo do outro lado.
- Não entendi nada. Achei que o Cory fosse um bom partido...
- Eu também! Eu preciso me livrar dele e desse lugar antes que eu tenha um derrame! - Mel sussurrou e Lu sorriu, maliciosa, fazendo um sinal de positivo para os outro cinco.
A primeira parte do plano estava completa.
- Amiga, fuja! Fale que vai ao banheiro e fuja! - Incentivou.
- Na verdade ele está "tirando água do joelho" agora mesmo - Mel disse com nojo, fazendo Lua pensar no ator brilhante que Cory devia ser.
- Que palavreado horrível, amiga! - Lu riu.
- Vá à merda! - Mel bufou. - Tô fora daqui.
- Ok, gente, esse é o momento! - Lu desligou o telefone, tomando um longo gole de refrigerante. - A Mel vai fugir de lá!
- Yey! - Soph exclamou.
- Maravilha! - Thiago disse. - Então temos que cair fora daqui agora!
- Mas eu nem acabei de comer minha pizza... - Micael reclamou de boa cheia, e Ully acertou um tapa em sua cabeça. - Outch.
- Vá comendo isso, Borges! - ela disse, jogando o celular na bolsa. - Tudo certo na sala de jantar?
- Tudo perfeito! - Soph sorriu. - Jantar japonês super chique, com muito saquê! - A garota sorriu, maliciosa.
- Você não era assim, amiga! - Lu chacoalhou a cabeça e elas riram.
- Tá, o caseiro já sabe o que tem que fazer, não? - Arthur perguntou.
- Tudo certo. Os dois entram juntos! - Micael disse, engolindo sua pizza tão rapidamente que teve medo de engasgar.
- Fechado. Vamos cair fora daqui. - Arthur sorriu, puxando Lua pela mão, com o restante dos amigos atrás deles.

- Alô.
- Chay? - Micael perguntou e ouviu Suede bufar.
- Claro que sou eu. Cadê sua amiguinha gostosa, porra?
Micael tampou o fone para rir.
- Ela não chegou? - perguntou despreocupadamente.
- Não. Eu tô esperando há uma hora, isso é humilhante! - disse, batendo os dedos na mesa. Os garçons já olhavam pra ele, tinha certeza que todos já presumiam o bolo que tinha levado.
- Não acredito, dude! - Borges disse. - Só tinha ligado pra avisar que íamos sair, você tá sem chave, né?
- Estou. Mas o caseiro ta aí, não?
- Acho que vai estar aqui sim. Ele vai comprar algo no mercado. Hm, espera aí na linha, vou tentar ligar pra Maureen.
- Ok. Anda logo.
Micael tirou o telefone do ouvido, ficou rindo com Thiago por dois minutos e pegou o telefone de volta.
- Dude, você não vai acreditar!
- O que foi? - Chay perguntou, nervoso.
- A Maureen teve que viajar com os pais pra Nice e esqueceu de avisar!
Borges tirou o telefone do ouvido, rindo do sonoro palavrão que Suede soltou do outro lado da linha.
- Tô indo pra casa.
- Beleza. Qualquer coisa, me liga.
- Senhoras e senhores! Segunda parte da Operação... Concluída! - disse, animado.

Melanie entrou em casa e jogou-se no sofá. Achou estranho ninguém estar ali, mas não eram obrigados a ficar esperando-a, pensou, e então ficou quieta. Estava morta de fome, não tinha conseguido engolir nada naquele encontro imbecil, então tirou as sandálias e correu para a cozinha. A porta estava trancada.
- Ué! – Forçou a mesma, sem sucesso – Mas que droga!
Estava pronto para ir atrás do caseiro, quando ouviu alguém mexer no trinco da porta da entrada. - Oi? – Chay disse, confuso. – Você não tinha que estar no encontro com o gay lá? – Ele riu, e por mais estranho que fosse, ela o acompanhou.
- Antes ele fosse gay – Mel murmurou, mas alto o suficiente para que Chay ouvisse – e risse.
- Acho que não fui o único que se deu mal essa noite – ele se aproximou. Quando viu que Mel ia lhe perguntar o que tinha ocorrido, continuou: – Tomei um bolo da Maureen.
Mel fez cara de espanto, depois ambos desataram a rir.
- Perfeito – disse, sarcastica.
- Ao menos temos a nós mesmos – Chay sorriu um pouco corado, depois que percebeu que aquilo tinha soado como uma cantada. – Quer comer alguma coisa? – consertou.
- Bem que eu queria, mas a porta tá emperrada! – Melanie fez bico e Chay sorriu.
- Deixa eu dar uma olhada.
Chay girou a maçaneta da porta com tanta força que quase caiu quando ela abriu de vez, fazendo Melanie gargalhar.
- Eu juro que tava emperrada! – disse, levando as mãos à cabeça. Chay riu.
Os dois entraram na cozinha, e não havia nada demais lá, apenas um envelope vermelho perto de um rádio. Melanie abriu e o leu em voz alta.
“Coloquem o CD para tocar e corram para a sala de jantar. Vocês vão entender (e nos amar por isso!). Ass: Todo mundo!”
- Tenho medo! – Mel arqueou a sobrancelha e riu. Suede a acompanhou, apertando o botão do rádio.
“Two is better than one” começou a tocar, e eles se olharam, confusos. Mel suspirou – amava aquela música – e caminhou até abrir vagarosamente a porta da sala de jantar.
- Wow. – Foi o que Chay disse, entrando e vendo a decoração com luz baixa, as barcas japonesas, as velas... E então entendeu tudo. Virou-se de frente para onde Mel estava, mas ela encarava as velas, estupefata. Ele sorriu, e quando ia tomar coragem para dizer alguma coisa, ouviu o grito histérico e agudo da menina, dando um pulo para trás.
- FORAM ELES! AQUELES AMIGOS DA ONÇA ME FIZERAM TER O PIOR ENCONTRO DA MINHA VIDA! ME FIZERAM ANDAR DE ÔNIBUS COM UM CARA FEDORENTO! APOSTO QUE ELE NEM ERA FEDIDO! E EU FUI PARA AQUELE DINNER HORRÍVEL E... Por que você está sorrindo?
Ela parou de gritar e Chay riu baixo, tirando as mãos dos bolsos e aproximando seu rosto do dela.
- Algo me diz que essa noite pode ficar muito melhor. – Ele colocou uma mecha de cabelo de Mel atrás da orelha. – Só você querer. – Ele sorriu, tímido, e Melanie achou que nunca tinha visto nada tão fofo na vida. Sorriu largamente, colocando suas mãos no pescoço de Chay.
- Agora só depende de você.
Chay sorriu sentindo um misto de adrenalina e uma felicidade estranha naquela frase. Roçou o nariz no dela, que fechou os olhos, ainda sorrindo. Beijou-a sem pedir permissão – e soube que tinha feito o certo.
Pela janela, Bob, o caseiro, sorriu, pegando o celular para avisar os seis amigos malucos do novo casal.

- Eu ainda não entendi porque estamos dando uma "festa de encerramento" na terça, se vamos embora só domingo! - Chay disse, confuso, enquanto carregava caixas de enfeites.
- Melanie, manda seu homem calar a boca! - Ully disse, rindo. - Já expliquei mil vezes que era o dia que dava pro best do quiosque dar uma patrocinada!
Os oito amigos - quatro casais, na matemática correta - estavam organizando a praia para aquela que seria a última festa da viagem pra Riviera. Muitas pessoas haviam sido convidadas, incluindo Cory, que segundo ele mesmo "apareceria muito cheiroso". Tinha ficado lindo, como sempre, até os garotos tinham pegado o jeito na organização de festas badaladas no melhor estilo high society. Não precisaram de muito esforço com essa, afinal, era uma festa na praia, então as garotas tiveram muito tempo para se embelezarem o quanto quiseram. Os garotos foram antes para o local, e aos poucos, elas foram chegando.
Alguém tampou os olhos de Arthur, e ele sorriu.
- Alexa? - provocou, e ela riu, beliscando-o. - Outch! Hm, a garota mais linda da Riviera?
Lu sorriu, fazendo com que ele virasse de frente.
- Errado. A garota mais linda do mundo! - Riu, presunçosa, e Arthur a abraçou.
- Pretenciosa.
- Realista. - Vem cá então, dona garota mais linda. - ele sorriu, puxando-a para seus braços.
Ela tinha razão. Estava realmente deslumbrante com seu short jeans e uma bata branca despojada. Aguiar a achava cada dia mais bonita, como se isso fosse possível.
- Você é linda, sabia? - disse, finalizando o beijo, e a menina sorriu, derretida. Era engraçado o quanto tinham se tornado melosos.
- Sabia! - Ela riu da careta que Aguiar fez. - Sou uma delícia mesmo - gargalhou. 
- Humildade ficou em casa? - Arthur riu. - Mas sou obrigado a concordar. - Sorriu, malicioso, beijando o pescoço de Lua. - Delícia.
Lu riu, tocando seus lábios no de Arthur, quando Sophia chegou, afobada.
- Lu! Lu! Te achei finalmente! Eu acho que acabei de ver o...
- Ah, Soph, peraí... - Lua ignorou. - Te procuro em cinco minutos. Tô no meio de um momento aqui.
Arthur riu vitorioso, beijando-a. Estavam apenas os dois ali, a festa estava lotada, mas não naquele local. Lu sentiu a água gelada tocar seus pés, e deu um pulinho, instintivamente, fazendo Arthur rir, sem cortar o beijo. Quando pararam, tempos depois, ele a encarou, o jogo de luzes da festa e da lua a deixavam ainda mais perfeita. Era a hora, sentiu-se mais do que pronto.
- Lu... - disse baixo, quase inaudível. - Eu te...
- Ah, meu Deus! - Lu interrompeu, espantada.
- Calma, deixa eu terminar... - ele riu, tímido.
- B-Brian. - Ela gaguejou.
- Quê? - Arthur a soltou. - Eu sou o Arthur! - disse, furioso.
Antes que Lu conseguisse falar algo, Aguiar ouviu palmas e uma voz bem conhecida atrás de si.
- Se não é meu casal preferido... - Brian debochou, aproximando-se de Lua. - Surpresa, gatinha.

Créditos: Fanfic Obsession.

2 comentários:

  1. CRLH!!! nn acredito q esse babaca do Brian ta ai!!!! Arrrgh!!! pelo menos ChaMel ficaram juntos, awnt q perfeito!!!!

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