Web Summertime - Capitulo 5


 
Let the rain fall

- Ah eu não acredito, em algumas horas estaremos na Riviera Francesa! – Melanie pulava de um lado para o outro, enquanto Lua e Sophia riam.
- Vai ser muito perfeito! – Ully disse enquanto organizava algumas coisas na bolsa.
Estavam todas no quarto de Ully, as malas estavam no andar debaixo e o pai de Ully as levaria de carro até o aeroporto. O tempo estava feio, e isso estava deixando Lu um pouco preocupada, mas nada que sobressaísse sobre a vontade de viajar logo e começar as férias que tinham tudo para serem as melhores.
Quase perfeito, né? – Soph revirou os olhos e Ully tacou uma almofada na cara da amiga.
- Pára de frescura, Sophia Abrahão! Aceite o seguinte fato: Você verá seu amor secreto, Micael Borges, durante toda a viagem. Isso vale pra você também, Lua!
- Eu não tenho problemas em ver o Micael a viagem toda. – Lu brincou e Ully mostrou o dedo, rindo.
- Você entendeu!
- Boa viagem, meninas! Juízo, viu? Ully, me ligue quando chegar lá, filha! – Sr. Lages era só recomendações e Ully rolava os olhos insistentemente, fazendo Lu e Soph rirem baixo dentro do aeroporto.
- Tá bom pai, amo você, agora tchau, tenho coisas pra fazer! – Ela disse rapidamente e se despediu, sorrindo.
- Quanto amor com o papai, Ully! – Mel disse e todas riram.
As quatro garotas cortaram a extensão do aeroporto com suas quinhentas malas até o guichê onde fariam o check-in. Estava chovendo e elas já estavam preparadas para possíveis atrasos, mas nada muito preocupante, até porque estavam juntas, e acabariam se divertindo de um jeito ou outro. O vôo dos garotos sairia três horas após o delas, isso fora decidido no par ou ímpar porque queriam poupar o máximo de tempo juntos. Depois de meia hora de atraso, Lu começou a perceber que a chuva caía muito mais forte, e que a maior parte dos vôos estavam sendo atrasados por isso.
- Puta merda, eu não agüento mais ficar aqui! – Soph reclamou e Lu fez careta.
- Eu também não, eu quero ir pra França!
- Ah, jura? – Mel olhava para o aeroporto cada vez mais lotado e cheio de passageiros indignados com a demora com um olhar desanimado.
- Gente, gente! – Ully chegou correndo – Falei com um cara da companhia aérea, ele disse que tá impossível voar com essa chuva! Vão atrasar e cancelar todos os vôos até que isso seja normalizado!
- AH NÃO! – Sophia berrou e levantou. – Nosso vôo era duas da tarde, já são quase quatro!
- Daqui a pouco os garotos estão aqui... – Melanie disse com uma voz afetada e Lua levantou a cabeça rapidamente, percebendo o que a amiga havia dito. Incrivelmente, seu coração começou a bater descompassado quando encarou essa possibilidade.
- Não é, Lu? – Ela ouviu a voz de Ully e chacoalhou a cabeça, retornando à realidade.
- Desculpa amor, eu tava viajando aqui! – Disse sincera e a amiga riu.
Então sentiu seu celular vibrando na bolsa e pegou rapidamente o aparelho. Era uma ligação de Chay.
- Fala chuchu!
- Vocês já estão na França? – Ele perguntou e Lu bufou, tentando rir.
- Todos os vôos estão atrasados, ou sendo cancelados, Chay! Ainda estamos no aeroporto!
- Sério? Acabamos de chegar aqui, e nossa! Isso tá uma loucura! – Chay dizia olhando para os lados e esbarrando em umas pessoas. Arthur estava logo ao seu lado, prestando atenção na conversa.
- Eu sei que está! Já fizeram o check-in? – Lua perguntou andando de um lado para o outro. Estava ficando ansiosa, de novo. Uma sensação boa estava tomando conta dela, ao lembrar da noite anterior. “É só um novo começo. O nosso começo.” A voz de Arthur parecia sussurrar aquelas palavras em seus ouvidos fazendo sua respiração falhar.
- O Thiago e o Micael estão na fila, eu e o Arthur estamos indo para lá! – Ele respondeu simplesmente – Quando terminarmos, eu te ligo! Beijo!
Chay desligou o telefone e deu um passo para trás quando percebeu que Arthur estava quase colado nele. Aguiar chacoalhou a cabeça e riu.
- Mal, cara. – Ele levantou as mãos se desculpando, o que fez o amigo rir. – Elas conseguiram viajar?
Arthur colocou as mãos nos bolsos. Estava extremamente curioso, e mais ainda, torcendo para que não tivessem conseguido. Mal podia acreditar na aproximação que ele e Lua tiveram na noite anterior, mas queria sentir aquilo de novo. Era estranho, surreal, mas ele queria mais.
- Não, elas estão aqui ainda. – Chay disse calmo e saiu andando até onde Amaral e Borges estavam. Arthur ficou paralisado, com um sorriso idiota se formando no rosto e mesmo sem entender nada, subitamente ansioso.
- Vem, dude! – Chay gritou e ele voltou à realidade, seguindo o amigo.
Lua e as amigas estavam sentadas no chão em um canto do aeroporto. Tinham levantado para darem uma volta pelo local, e quando voltaram não encontraram mais cadeiras disponíveis. Sophia estava quase dormindo, enquanto lia uma revista. Ully estava com o Ipod nos ouvidos e também parecia estar longe dali. Lu e Mel dividiam os fones de um outro aparelho, enquanto Lua batucava insistentemente na própria perna, deixando Mel nervosa.
- Pára com isso, louca! – Ela segurou a mão da amiga, que riu sem graça.
- Desculpa.
- Tá ansiosa por quê? – Mel perguntou sem nenhuma cerimônia e Lu engoliu seco.
- Pra... Pra viajar, ué. – Mentiu e Melanie riu alto.
- Pra viajar ou para ver um certo Arthur Aguiar que está aqui no mesmo aeroporto que você? – A garota tirou seu fone e sentou-se de frente para a amiga, com um olhar malicioso.
- Pirou, Melanie? – Lu quase berrou – Nada a ver, porque eu estaria ansiosa pra isso? Eu vejo o Aguiar todo dia, não tem nem mais graça!
- Ah sim, mas agora vocês estão se dando bem e...
- Cala a boca! – Lua a interrompeu olhando para as duas amigas. Ela não tinha conversado sobre isso com Sophia e Ully, ainda que Soph soubesse da aula de Literatura, por alto.
- Ah, vê se me erra Lua Suede! Elas não tão ouvindo nada! – Mel bufou e Lu riu baixo.
- Mesmo assim!
- Mas você tá nervosa por isso que EU SEI. – Melanie afirmou cheia de certeza e Lua bateu a mão na testa, em sinal de desaprovação.
- Ah, vá a merda, Melanie Fronckowiak! Dane-se, eu não tô nem ligando pro fato do Arthur estar aqui, você bebe, sabia? Tô bem tranqüila em relação a isso, inclusive!
- Ah é?
- É.
- Então beleza, ele tá quase atrás de você.
Lua arregalou os olhos e tentou fazer sua melhor cara para olhar para trás. Inclinou suavemente o pescoço, sem levantar, e viu os quatro garotos se aproximando. Primeiramente, seu olhar bateu emMicael, que vinha mais à frente com seu irmão. Em seguida, Viu Thiago e Arthur rindo animados e voltou seu olhar pra frente.
- Nossa amiga, que cara! – Mel disse e Lu deu o dedo, ambas rindo.
- As meninas tão ali, Chay! – Micael disse alto e apontando, fazendo Thiago e Arthur pararem de andar atrás deles. Arthur procurou rapidamente e viu Mel, que sorriu para ele. Lu estava de costas, então Melanie também apontou para eles, à medida que se aproximavam, e Lua virou o pescoço para trás. Seu olhar encontrou o de Arthur diretamente, e por mais que ela quisesse olhar para baixo, virar a cabeça, se jogar de um precipício, nada conseguia lhe fazer desviar daquele olhar. Thiago percebeu e riu sozinho, mas ninguém estava prestando atenção nele.
- Olá! – Chay disse alto e Ully tirou os fones de ouvido.
- Fazendo o que jogadas no canto? – Thiago perguntou e Melanie rolou os olhos, levantando e puxando Lu pela mão.
- A gente tava esperando vocês, sabe? Não vivemos sem vocês, Amaral! – A garota disse com uma voz afetada e Thiago riu.
Lu virou para frente e estava a poucos centímetros de Arthur. Os dois se encararam em silêncio, enquanto Sophia, que acordou subitamente, contava a história do atraso de vôos para os garotos.Lua abaixou o olhar, sem graça, e olhou para os pés de Aguiar. Ele estava calçando um Vans quadriculado, e seu olhar foi subindo pela calça jeans e pela camiseta preta, até chegar em seus olhos novamente. Arthur abriu um sorriso encantador, e a garota não pode evitar fazer o mesmo. O que diabos estava acontecendo?
- Oi. – Ele disse com a voz baixa – Pensei que só fosse te ver na França.
- Eu também. – Ela sorriu sem jeito. Nenhum dos dois reparou o olhar curioso de Borges sobre eles. Dois minutos de silêncio.
- Chata essa chuva, né? – Arthur disse do nada e Lua riu, fazendo-o corar. Estava se sentindo idiota, era melhor que tivesse ficado calado.
- Também acho. – Ela respondeu com um sorriso de canto, e Aguiar não soube explicar, mas sentiu sua nuca arrepiar instantaneamente.
- Lu, eu tô com fome, vamos procurar algo pra comer? – Ully chegou e encarou os dois, que se olhavam de forma estranha. – Eu hein. – Ela disse e Lua riu, sem graça.
- Claro amor, vamos lá! – Ela concordou e Ully a puxou pela mão.
Arthur as acompanhou com o olhar até que as perdeu de vista, o que não demorou muito. Ficou parado e olhando para o nada, imerso em seus pensamentos.
- O que diabos foi aquilo? – Micael perguntou e Arthur quase deu um pulo de susto.
- Puta que pariu, vai assustar... O Chay! – Aguiar disse e os dois gargalharam.
- Não desconversa, dude! – Borges cutucou e Arthur coçou a cabeça, sentindo o rosto queimar.
- Não foi nada, cara. – Mentiu.
- Ah sim! “Chata essa chuva, né?”- Micael imitou a voz do amigo, que deu o dedo - Vocês dois estavam me assustando!
- Já disse que não é nada, Micael! Não enche, vai! – Arthur disse e foi para onde Sophia e Thiago estavam.
- Mas que merda, a gente tá aqui tem mais de cinco horas! – Mel falou e enterrou a cabeça nos joelhos.
Estavam os oito sentados no chão do aeroporto. Arthur, Micael e Ully estavam jogando Uno pela milésima vez, Lua estava deitada na barriga de Chay, ambos quase cochilando, Melanie estava quase quebrando o Ipod por não conseguir achar nada que agradasse, e Sophia estava com Thiago tentando ajudar uma garota japonesa a entender o que estava acontecendo com o aeroporto, mais adiante. Lu olhou para o rosto do irmão, que agora dormia tranquilamente e sorriu. Voltou seu olhar para os amigos, mais especificamente para Arthur, que olhou de volta, sorrindo. Ully também viu.
- Vem jogar, amiga! – Ela disse e Aguiar sorriu involuntariamente, fazendo Micael rir sozinho.
- Ah, eu tô com sono! – Lu disse bocejando e os três riram. – Acho que vou comprar um café, alguém quer?
- Eu quero! – Melanie logo gritou e Lua arqueou a sobrancelha, rindo.
- Eu também! – Micael respondeu.
- Traz um pra mim também amiga? – Ully pediu com carinha de anjo.
- Eu não sou um polvo, coleguinhas! – Ela respondeu e todos riram.
- Eu te ajudo. – Arthur respondeu sem nem pensar e ficou de pé, ao lado da garota que o encarava boquiaberta, assim com os demais. – Também quero um café.
- Tudo bem. – Lu tentou não sorrir, mas estava feliz. Os dois seguiram lado a lado por entre as pessoas, ambos tentando ignorar os comentários que os amigos estavam fazendo disso.
- Você parece cansada. – Arthur quebrou o silêncio e Lu sorriu.
- Estou tão acabada assim? – Ela escondeu o rosto, fazendo o garoto rir e tirar suas mãos dali.
- Eu não disse isso! – Arthur completou, rindo um pouco.
- Eu sei que não! Mas eu realmente devo estar um bagaço, eu tô com sono, com dor nas costas, com a bunda quadrada, eu não agüento mais essa chuva, esse aeroporto, nada disso! – Lu disparou eArthur parou de andar, deixando que ela seguisse sozinha.
- O que você tá fazendo? – Ela virou pra trás com cara de espanto e ele arqueou a sobrancelha, respondendo normalmente:
- Não há nada de errado com a tua bunda.
- Arthur Aguiar! – Lua ficou subitamente corada e estapeou o garoto, que começou a rir alto, e ela acabou fazendo o mesmo. – Você é retardado, só pode!
- Outch, muito obrigado! – Ele fez sinal de joinha e Lu riu.
- Posso ajudar? – A moça interrompeu e os dois olharam para a frente.
- Dois cafés fortes, dois capuccinos com creme extra, e um descafeinado! – Lu disse e a moça sorriu, anotando os pedidos.
- 26 libras. – Ela disse e Arthur estendeu a mão para pagar. Ele e Lua foram para o lado do balcão esperar os pedidos. – Porque diabos a Ully precisa de um descafeinado pra ACORDAR? – Ele disse do nada e Lu teve um acesso de riso, que o fez sorrir idiotamente.
- Não tente entender a Ully, eu venho tentando há anos, acho que nunca vou conseguir! – Ela respondeu e Arthur riu. Os dois pegaram os copos e seguiram de volta.
- AE! – Micael gritou indo até os dois, rindo. – Qual é o meu?
- Esse aqui! – Lu estendeu o outro copo e começou a beber o seu. Arthur entregou os demais cafés e olhou para ela.
Estava se sentindo estranho, era como se precisasse, de alguma maneira, ficar sozinho com Lua. Porque só quando estavam sozinhos eles podiam agir da maneira que fizeram na praia. Porque ele ainda queria ver se tudo o que fora dito era verdade. Aguiar encarava o copo, desanimado, quando ouviu a voz de Lu um pouco mais à frente.
- Ah, que merda, não foi isso que eu pedi! – Ela reclamava fazendo careta. – Vou lá trocar.
- Espera, Lu. – Ele disse e todos o olharam.
- Eu paguei no meu cartão, vou ter que ir junto. – Arthur disse e Lua sorriu de uma maneira estranha, que Aguiar não conseguiu decifrar.
Os dois estavam andando devagar e novamente em silêncio.
- O que você tem aí? – Arthur perguntou apontando para o copo, e Lu corou, chacoalhando a cabeça.
- Capuccino com creme extra. – Ela respondeu olhando para frente, sentindo seu coração bater mais acelerado. Não tinha a mínima noção do porque estava fazendo aquilo.
- Mas você tinha pedido isso! – Arthur parou e a encarou, bastante confuso. Ela riu um pouco nervosa.
- Eu sei. – Lu disse andando e Arthur a seguiu.
- Não entendi.
- Lerdo.
- Que?
Lua começou a rir e Arthur finalmente entendeu o que ela fizera, ao mesmo tempo que sentia borboletas fazendo festa em seu estômago. Então ela também pensava da mesma forma que ele, e isso era realmente bom. Arthur sorriu largamente e a garota fez o mesmo.
- Tá marota, hein? – Ele perguntou e Lua riu alto.
- Não estou, eu sou marota!
- Bom saber! – Arthur disse com um olhar tarado e recebeu um tapa na testa.
- Cacete Aguiar, acordou tarado hoje hein? – Ela disse e ele riu.
- Na verdade eu sou. – Aguiar disse e os dois gargalharam.
- Vamos sentar em algum lugar, Don Juan? – Lu perguntou sorrindo e Arthur riu.
- Pode ser ali?
Arthur apontou para um canto próximo de uma livraria e Lu assentiu com a cabeça. Os dois seguiam lado a lado tranquilamente, quando um homem passou correndo e esbarrou em Lu, quase a derrubando. Arthur a segurou pelo braço e a garota derramou todo o café no chão.
- Ah, esse dia vai entrar pra história, droga! – A garota reclamou com um bico enorme no rosto e Arthur sorriu.
- Relaxa, vamos comprar outro! – Ele disse e Lu encarou a enorme fila da cafeteria.
- Ah, deixa vai. – Ela murmurou e seguiu para onde Arthur havia apontado, sentando-se no chão.
- Toma o meu então! – Aguiar estendeu a mão para a garota que sorriu de canto, mas negou. – Vai, Lu! Ou pelo menos me ajuda, eu não vou tomar tudo isso mesmo!
- Tá, eu te ajudo! – Ela sorriu pegando o copo.
- A que devo a honra de uma conversa particular com Lua Suede? – Arthur sentou na frente de Lua, que riu mordendo o copo.
- Sabe, nós precisamos conversar muito sério. – A garota tirou o sorriso do rosto e Aguiar franziu a testa, confuso e apreensivo.
- Sobre?
- Sobre quem vai ter a guarda da blusa vermelha. – Lu disse ainda com a voz séria e Arthur gargalhou muito alto.
- Sinto informar, mas a blusa é minha e eu não abro mão disso!
- Então teremos um problema. – Lua arqueou a sobrancelha e os dois começaram a rir em conjunto.
- Ontem foi... Divertido. – Arthur sorriu e olhou para baixo, um pouco corado. Lua sorriu ao perceber.
- Foi mesmo. Obrigada.
- Por?
- Por ter salvado minha noite, acho que eu teria cometido um homicídio se você não estivesse comigo, o Brian merecia! – Ela disse e os dois riram.
Arthur encostou na parede ao lado da garota e a olhou de perto.
- Não precisa agradecer.
Lua sorriu para o garoto que estava tão próximo de seu rosto que ela podia sentir sua respiração quente. Sentiu um arrepio percorrer seu corpo por causa disso, olhando para frente novamente e encarando o painel de pousos e decolagens. Vi um vôo confirmado para a França e apertou o braço de Arthur com força, que não entendeu e começou a olhar o painel também.
- Ufa, não é o nosso! – Lu largou o braço do garoto e suspirou aliviada. Arthur verificou que não se tratava do vôo dos garotos também.
- Porque o ufa? – Ele a encarou e Lu rolou os olhos. – Putz! Você tem medo de altura! – Arthur bateu na própria testa e a garota assentiu, apreensiva.
- É tenso, mas fazer o que né? Fico tremendo só de pensar! – Lua mostrou a mão trêmula para Aguiar, que a segurou e sorriu.
- Não vai acontecer nada, fique calma! – Ele disse acariciando a palma da mão de Lu, que olhou sorrindo.
- Eu sei que não, mas...
- Não tem mas, Lu. Vai dar tudo certo, eu prometo pra você. – Aguiar a encarou e sorriu de canto vendo o sorriso enorme que a garota abriu.
- Eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas é uma pena que estamos em vôos separados. – Lua disse e o garoto a encarou – Eu apertaria sua mão até quebrar seus ossos, isso é bem verdade. Tenho dó de quem for do meu lado! – Ela completou e Arthur deu uma risada alta, fazendo com que ela risse junto.
- Vou aconselhar as meninas a viajarem com luvas de boxe! – Aguiar disse e Lua riu alto, mordendo o ombro do garoto.
- Bobo!
- Linda!
Arthur disse e ficou corado quando viu Lua o encarar com os olhos quase saltando do rosto. Tinha pensado alto de novo, porque diabos fazia isso? Queria enfiar a cara em um buraco. Lu encarou as mãos que ainda estavam entrelaçadas e nenhum dos dois se lembrava disso, e sorriu, acariciando a mão de Aguiar com o polegar, timidamente. Arthur teve a nítida impressão de que aquilo não estava acontecendo, era tudo muito surreal para ele. Sorriu largamente e, também sem pensar muito, levou a mão de Lu, junto a sua, até próximo ao seu rosto, dando um beijo suave nas costas da mão dela, que não disse nada, só o encarou ainda mais sorridente.
- Isso é muito estranho. – Lu disse e Arthur a interrompeu.
- Shhh, fica quieta! – Ele disse baixo e ela o encarou, visivelmente confusa.
- O que foi?
- Só não estrague o momento. – Ele disse sorrindo e ela não pode evitar de fazer o mesmo.
- Lu, acorda!
Arthur sussurrou esfregando os olhos e ela o encarou. Estavam dormindo abraçados, no chão do aeroporto. Tinham passado horas conversando e comendo besteiras, enquanto riam das pessoas que passavam por ali, até que foram vencidos pelo cansaço. Não tinham dormido de qualquer jeito e acordado assim, tinham dormido abraçados porque queriam e não estavam se sentindo envergonhados por isso. Já estavam começando a aceitar o fato de que tudo era diferente quando era só os dois.
- Que horas são? – Ela murmurou soltando o abraço, mesmo que não quisesse fazer isso de fato. Sentia-se incrivelmente (e estranhamente) confortável ali.
- Dez da noite, e seu vôo acaba de ser confirmado! – Ele disse a olhando nos olhos e viu a menina tremer. – Ei, o que eu te disse? – Ele acariciou seu rosto timidamente.
- Que vai dar tudo certo. – Ela disse com um meio sorriso desconfiado e Aguiar sorriu largamente, a incentivando.
- E vai dar!
- Obrigada! – Lua sorriu de um jeito mais aliviado dessa vez – Estou muito acabada? – Ela disse esfregando a mão no rosto, e Arthur riu.
- Está um bagaço, vai precisar até de plástica! – Ele disse sarcástico e os dois gargalharam.
- Idiota!
- Eu sei que você me ama, Lu! – Ele disse rindo e a garota gargalhou.
- Menos, bem menos, Arthur!
- Vamos logo, temos que encontrar o pessoal ainda! – Aguiar disse animado pelo fato de estarem na França em algumas horas, e mais animado ainda por estar se sentindo extremamente feliz com toda aquela situação.
Os dois se aproximaram de onde os amigos estavam, mas ninguém tinha os visto ainda. Lu olhou para Arthur e sorriu.
- Até daqui a pouco! – Ela estalou um beijo na bochecha do garoto, que sorriu junto, e saiu andando.
- Lu! – Ele disse segurando o braço dela, que parou e olhou para trás.
- O que foi, Arthur?
- Boa viagem! E tente não quebrar a mão de nenhuma das meninas, tadinhas! – Ele disse e os dois riram.
- Vou tentar!
- E só mais uma coisa! – Aguiar disse antes de largar o braço da garota, que o encarou em silêncio. – Espero que tudo continue assim, digo, entre nós dois. – Ele disse incrivelmente corado e Lu sorriu, apertando a mão do garoto.
- Eu também espero. Eu gosto da Lua Suede que eu sou quando estou com você, e também gosto do Arthur Aguiar que você está sendo agora. - Ela disse também envergonhada.
- E eu adoro essa Lua Suede – Aguiar disse e os dois sorriram juntos – Quanto ao Arthur Aguiar, ele sempre foi maravilhoso assim, sabe? – Ele completou e Lu riu alto.
- Tava demorando! Quando você vai deixar de ser pretensioso?
- No dia que você assumir que eu sou realista! – Ele disse e a garota rolou os olhos, ainda rindo.
- Te vejo na França, docinho!

Créditos: Fanfic Obsession.

1 comentários:

  1. Cara sério esse negocio de docinho eh muito ...................... lol kkkk

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