Web Summertime - Capitulo 8




 You just need to feel it

Talvez aquilo representasse mais do que duas bocas que pareciam aflitas para nunca desgrudarem, mais do que respirações ofegantes e muito mais do que vários objetos que foram derrubados no trajeto pela casa. Mas quem conseguiria explicar, quando os corações batiam mais forte que o normal e seu objeto de ódio parecia ter se tornado tudo aquilo que você necessitava pra sobreviver?
- Outch! – Lua reclamou quando algo não identificado caiu em seu pé. Ouviu a risada baixa de Arthur em seu ouvido e acabou rindo junto.
- Desculpe!
Ele disse num sussurro enquanto beijava o pescoço de Lu. Não sabiam exatamente há quanto tempo estavam ali, não estavam mais medindo conseqüências de absolutamente nada. Lua sentiu sua pele arrepiar com os beijos do garoto e o puxou para mais perto, o que provavelmente seria humanamente impossível, roçando o nariz no dele. Encostou os lábios suavemente nos de Aguiar, e fechou os olhos sentindo a respiração quente em sua pele. Os lábios de Arthur se curvaram em um sorriso, e a garota pode perceber sem olhar. Continuou com selinhos demorados até que não resistiu em aprofundar o beijo calmamente. Não precisavam ter pressa, o mundo não importava. Nada importava. Percebeu que Arthur começara a andar de costas e a puxar com ele, ao mesmo tempo que o beijo ficava mais rápido. Parecia que ele sabia exatamente o que fazer, e como fazer. As mãos de Lu já passeavam descontroladamente pelas costas de Aguiar, enquanto ele a deitava sutilmente no enorme sofá da sala. Colocou uma perna de cada lado do corpo da garota, sem partir o beijo, e Lua já começara a arranhar sua barriga por baixo da camisa. Arthur começou a sentir o coração bater estranhamente de novo. Mas que porra era aquela? O que aquela garota fazia para deixá-lo daquele jeito? Não teve muito tempo pra pensar, sua respiração estava ofegante demais e suas mãos já agiam sozinhas, apertando o lado da coxa de Lua e avançando por dentro do vestido que ela usava. Lua desceu uma das mãos pelas costas de Arthur e parou em sua bunda, apertando consideravelmente. O garoto partira o beijo e os dois desataram a rir, completamente sem fôlego.
- Tarada! – Arthur disse com um falso tom de indignação e a garota gargalhou ainda mais.
- Eu? Olha onde sua mão está, Arthur Aguiar! – Ela respondeu rapidamente e Arthur viu sua mão apoiada em um dos seios de Lua. Começou a rir de novo.
- Elas trabalham sozinhas... – Sussurrou presunçoso e Lu mordeu seu ombro, ainda rindo um pouco demais. Provavelmente devido ao excesso de álcool que tinha ingerido na danceteria.
- Eu acho que eu estou bêbada! – Justificou a risada e Arthur mordiscou o lóbulo de sua orelha, fazendo-a estremecer.
- Muito bêbada? – Aguiar a encarou apreensivo. Ela não podia estar bêbada, se estivesse, faria coisas de que se arrependeria. Ele não gostava de se aproveitar de garotas, ainda mais de Lua. Ele também estava um tanto alterado, mas tinha plena noção do que estava fazendo. Lu viu o garoto morder sutilmente o próprio lábio, e achou aquilo extremamente fofo, e bastante sexy. Sorriu.
- O suficiente para saber exatamente o que eu quero. – Respondeu arqueando uma sobrancelha e Arthur ia abrir a boca para dizer algo, mas ela o calou com um beijo rápido. – E o que eu quero é você.
Um sorriso tomou conta do rosto de Aguiar e ele não disse mais nada. Não precisaria dizer, era péssimo com palavras e ela o acharia um perfeito idiota se ele tentasse dizer alguma coisa. Colou sua boca na de Lu e a beijou de um jeito que ela nunca conseguiria explicar, mas que se estivesse em pé, seus joelhos teriam a derrubado. Arthur entrelaçou suas mãos no cabelo da garota enquanto intensificava o beijo. Lua já desabotoava a camisa de Aguiar e ele sorriu percebendo esse detalhe. Começou a subir o vestido – Adorava vestidos, eram extremamente práticos – E parou o beijo encarando a barriga descoberta da garota. Riu pervertidamente e continuou puxando a peça para cima, enquanto beijava seu pescoço.
- Arthur... – Lua murmurou com a boca colada na dele, sentindo os beijos que já desciam de seu pescoço para o colo.
- Hum.
- Esse barulho tá estranho. – Ela disse baixo e o garoto riu.
- Que barulho?
- Shhh. – Ela o calou com um selinho e os dois ficaram em silêncio, tentando normalizar a respiração. Então Aguiar ouviu algo que se assemelhava muito a uma risada. Uma risada bastante conhecida.Lu arregalou os olhos.
- Merda. – Arthur sussurrou. – É o Micael.
- E o Thiago. – Lua completou baixo e empurrou Aguiar para trás, ajeitando o vestido e correndo em direção a escada.
- Aonde você vai? – Arthur fez cara de pânico e falou um pouco alto demais, mordendo o próprio lábio por isso.
- Pra cima. Fica aí, finge que tá sozinho! – Sussurrou ouvindo a chave virar na porta – Puta que pariu!
- Lu, olha o meu estado! – Ele disse e a garota desceu o olhar para ver um certo volume sob os jeans de Aguiar. Gargalhou.
- Liga no Playboy TV. – Respondeu rindo e sumiu escada acima. Arthur ficou com cara de nada, mas depois começara a rir e se jogou no sofá. Aquela garota não era normal.
- Mas dude, ela era gostosa pra caralho! – Micael disse entrando em casa e Thiago riu alto.
- Sei lá, eu preferi a morena que eu peguei quando cheguei... Muito mais gostosa! – Amaral respondeu acendendo a luz e avistando Arthur jogado no sofá. – Puta merda, que susto!
Arthur gargalhou.
- Achou que um ladrão tinha dormido no sofá? – Respondeu com a voz tediosa embaixo de algumas almofadas. Micael arqueou a sobrancelha.
- O que você tá fazendo aqui, Arthur? Aliás, você saiu arrastando a Lua pela escada totalmente revoltado e agora... Tá aqui? O que aconteceu? Cadê ela? – Borges disparou em perguntas e Thiago segurou o riso.
- Nada, não aconteceu nada! – Arthur respondeu de imediato com a voz trêmula – Acabei de chegar, não faço a mínima de onde ela está!
- Mas vocês estavam brigando por quê? – Micael insistiu.
- E desde quando a gente precisa de motivo pra brigar? – Arthur respondeu e quase riu, sabendo que de certa forma aquilo era verdade – Eu tava puto porque ela não me deu um recado, sabe da francesa? Ela ligou desmarcando, mas a Lu... A Lua não me avisou, aí eu fui tirar satisfação! Ela não voltou pra balada? – Arthur perguntou contente por ter respostas tão rápidas. Thiago arqueou a sobrancelha.
- Nem, acho que não... – Micael disse. – Vou subir pro meu quarto, infelizmente não é hoje que rola uma festinha lá... Mas aquela ruiva vai se ver comigo amanhã, ah vai! – Disse e os amigos gargalharam. – Beijos nas bundinhas sexys de vocês! – Micael disse com a voz afetada, fazendo Arthur rir ainda mais.
- Sua bicha! – Amaral disse rindo.
- Eu sei que você me ama! – Borges respondeu e subiu as escadas.
- Fugiu direitinho meu caro Aguiar, passou quanto tempo bolando essa resposta? – Thiago sacaneou e Arthur deu o dedo.
- Trinta segundos. Eu sou foda!
- Quem vê pensa... – Thiago riu – Agora me conta, o que houve lá fora?
Arthur olhou para a escada, e voltou o olhar pra Thiago. Não sabia o que Lua estava fazendo lá em cima, se estava se escondendo ou coisa do tipo. Mas queria ir lá saber, queria continuar o que tinham parado e conversar com Amaral não era muito promissor.
- Erm... Depois eu te conto, vou tomar um banho... To com dor de cabeça! – Arthur desconversou indo em direção a escada e Amaral franziu a testa.
- Arthur...
- O que é?
- O que você tava fazendo?
- Eu tava aqui deitado, já falei! – Arthur rolou os olhos impaciente.
- Porque sua camisa está abotoada de forma estranha? – Thiago perguntou e Arthur engoliu seco – Melhor! Bela marca no seu pescoço, campeão... – Amaral gargalhou e Arthur arregalou os olhos.
- Arrumei companhia na saída... – Respondeu tentando parecer despreocupado – Tô subindo!
Arthur subiu as escadas rapidamente – dois degraus por vez – E foi praticamente correndo para o fim do corredor, em direção ao quarto de Lua. Passou a mão nos cabelos e sentiu-se um idiota por estar se arrumando antes de encontrá-la: não tinha a menor noção do poder que essa garota exercia sobre ele.
- Dude, vem aqui! – Micael apareceu no fim do corredor e Arthur bufou. Aquilo não estava acontecendo.
- O que é, Borges? – Perguntou impaciente e Micael fez careta.
- Que mau humor! Vem aqui, deixa eu te mostrar uma parada aqui no pc!
- Eu não tô com tempo agora! – Respondeu rolando os olhos.
- Vem logo, caralho! – Micael reclamou e Aguiar rolou os olhos, seguindo-o. Nunca tinha odiado tanto seu amigo como naquele momento.
Lua desencostou da porta xingando Borges mentalmente. Tinha escutado toda a conversa, mas não poderia fazer nada. Já tinha colocado sua camisola e estava morrendo de sede. Sua respiração falhava só de lembrar das coisas que haviam acontecido naquela noite. Chacoalhou a cabeça para espantar os pensamentos que faziam com que saísse de si e abriu a porta, indo em direção à cozinha. A luz estava acesa, e ela não lembrava de ter visto isso. Aliás, não lembrava de ter visto nada naquela casa. Hesitou em olhar para trás e ver se tinha algum estrago mais sério na sala de sua tia, e entrou para beber alguma coisa. Foi quando deu de cara com Thiago, que preparava um sanduíche.
- Thiago! – Exclamou um pouco surpresa. Como era idiota, tinha esquecido que Amaral também tinha chegado. O garoto nada disse, apenas desatou a rir compulsivamente. – Você bebeu, amigo?
- Ah... ah... Isso é muito bom! – Amaral disse e Lua arqueou a sobrancelha, e depois estremeceu. Havia algo de bem estranho ali.
- Oh céus, ele enlouqueceu de vez! – Rolou os olhos teatralmente e fingiu indiferença, indo até a geladeira – O que aconteceu, seu doido?
- Comigo nada. – Amaral respondeu aproximando-se – Com você e o Arthur eu já não sei. – Disse maliciosamente e a garota bateu a cabeça no teto da geladeira, assustada.
- Porra! – Reclamou segurando a cabeça, enquanto Thiago ria ainda mais. – Você tá maluco, só pode!
- Confessa, Lu! Primeiro eu chego aqui e vejo o Arthur enterrado em almofadas, o que é bem suspeito – Thiago riu e Lua segurou o riso – Depois, percebo que meu querido amigo está com a camisa muito mal abotoada e com marcas suspeitas no pescoço. Agora você tá aqui. Legal né? – Amaral riu.
- Não significa nada, amorzinho. Se o Arthur andou de pegação por aí eu não sei, porque não sei se você reparou, mas eu estou de camisola, eu estava dormindo! – Lu respondeu com um tom quase óbvio. Adorava suas veias artísticas, quase ninguém desconfiava quando mentia. Quase ninguém.
- Engraçado, porque até onde eu sei, vocês saíram juntos da balada... Agora estão os dois aqui... Bem estranho. – Thiago sorriu pervertido e Lua abriu a boca, mas não emitiu som algum. Então Arthur entrou na cozinha, para completar a felicidade de Thiago.
- Lua, você tá aqui! – Arthur disse com olhar de espanto e Amaral riu novamente.
- Claro que estou, seu idiota! – Lu respondeu rapidamente e Aguiar franziu a testa – Agora vocês dois me dêem licença, porque estão estragando meu sono de beleza!
- Tem certeza que você vai dormir? – Thiago disse e Arthur respirou fundo, vendo Lu se virar e andar em direção à Amaral. Colocou uma mão de cada lado do corpo de Thiago, prendendo-o ali, e viu o amigo arregalar os olhos.
- Por quê, está pensando em me visitar à noite? – Disse com um sorrisinho malicioso e Amaral não conseguia responder nada, fazendo-a rir. – Foi o que eu pensei. Se mudar de idéia, a porta está aberta, sexy... – Concluiu e passou ao lado de Aguiar, que estava boquiaberto.
- Mas que garoto idiota, será que eu precisava desenhar pra ele entender que a minha porta ia ficar aberta? ABERTA!
Lua murmurava rolando na cama. Eram quase cinco da manhã e ela não conseguira pregar o olho. Tinha escutado as vozes de seu irmão chegando – bêbado, por sinal – de Melanie e Soph, mas nada de Arthur virar homem e entrar naquele quarto. Depois de xinga-lo de todos os palavrões e em todos os idiomas que ela tinha conhecimento, virou para o lado e começou a se esforçar para dormir. Demoraram mais quarenta e cinco minutos, mas muito contra sua própria vontade, o sono a venceu.
- Lu... Acorda.
Ouviu a voz de Chay e achou aquilo bem estranho, então abriu os olhos devagar.
- O que foi, Chay? – Disse e ele riu.
- Não me chama de Chay, é estranho... – Disse baixo – Já tá tarde, é pra você levantar.
- Quem disse?
- Eu. – Chay respondeu e a garota riu. – Chata. Foi a Melanie quem pediu.
- Hm. - Lu murmurou, ainda meio lerda aquela hora da manhã – Ei! A Melanie te pediu algo e você tá obedecendo? – Disse subitamente acordando e viu o irmão ficar extremamente vermelho.
- Só estou fazendo um favor e...
- Pra Melanie? Ah, conta outra! – Lu riu – O que aconteceu?
- Não aconteceu nada... É que ela... Me ajudou ontem. – Chay disse tímido e Lu já estava sentada, interessada. – Eu bebi demais, ela me ajudou.
- Meu Deus, viraram esse mundo de ponta cabeça e esqueceram de me avisar! – Sacaneou e Chay deu o dedo, fazendo-a rir ainda mais. – Tá, desculpa chuchu! E porque ela não veio me acordar?
- Porque ela e as meninas foram pra praia, vão te esperar lá... Acho que a Sophia tá no quarto, ela amanheceu de ressaca – Chay disse rindo e Micael apareceu na porta.
- Chay, anda logo! – Ele gritou – Oi, Lua!
- Oi, Borges!
- Bom, vou nessa! – Chay disse beijando a testa da irmã – Até mais tarde.
- Até.
Lua foi até o banheiro para fazer sua higiene matinal e lembrou do que tinha acontecido na noite anterior. Agora, sóbria, era mais fácil de entender as coisas, e ela mal sabia o que pensar. Sempre disseram que o amor e o ódio são sentimentos muito próximos, mas o caso dela com Arthur era surreal. Preferiu não pensar muito nisso e se prender ao fato de que ele estava na praia com os amigos, então poderia respirar normalmente naquela casa. Colocou o biquíni, um short jeans e uma regata por cima e saiu do quarto, para ver o que ocorria com Sophia. Deu alguns passos para frente no corredor e foi puxada para dentro do quarto de Melanie. No susto, quase deu um berro, e sentiu uma mão tampar sua boca e a virar de frente.
- Até que enfim! – Arthur disse baixo puxando a garota pra si em segundos. Lua mal teve tempo de pensar, sentiu um choque percorrer seu corpo quando as línguas se tocaram. Arthur parecia aflito para aquilo, pressionava os lábios contra os dela até que conseguiu arrancar um gemido de Lu, que bagunçava os cabelos de Aguiar enquanto arranhava insistentemente a nuca do garoto.
- Arthur... – Lu tentou interromper o beijo, mas sua voz saía fraca. Seu corpo não correspondia mais à sua razão – Arthur! – Disse um pouco mais alto, e ele parou o beijo, encostando a testa na dela e tentando recuperar a respiração.
- Você tá maluco? A Sophia tá aqui! – Lu dizia ainda com os olhos fechados, sua voz era baixa.
- E daí? – Ele sorriu malicioso e a garota riu.
- Você não apareceu ontem. – Lu ouviu sua própria voz dizer, mesmo contra sua vontade. Não queria que ele ficasse se achando, não queria ter dito aquilo. – Não que eu estivesse esperando. – Consertou e Aguiar sorriu de lado, acariciando o rosto dela com o polegar e fazendo-a abrir os olhos.
- Desculpe, o seu irmão chegou bêbado e gritando pelo corredor, a Mel pediu ajuda... Depois já eram quase seis, você devia estar dormindo.
- Estava mesmo. – Mentiu. – Pensei que você estava na praia.
- Supostamente eu estou. – Arthur riu alto e Lua riu junto, sem entender – Eu fui antes que eles, fique esperando na outra esquina... Quando eles saíram, eu voltei... – Arthur deu uma piscadinha sexy e a garota riu.
- Voltou por quê? – Lu provocou passando a ponta do nariz no pescoço de Arthur, que estremeceu.
- Não sei... – Ele respondeu baixo – Talvez você possa me explicar porque eu voltei... – Ele riu baixo e fechou os olhos, sentindo os beijos que ganhava no pescoço.
Lu sorriu e desenhou a boca de Aguiar com a língua, enquanto mordia de leve o lábio inferior do garoto. Qualquer garota que fizesse isso nele não conseguiria surtir um efeito tão rápido quando aquela.Lua parecia saber disso, quando sentiu novamente o beijo que a fazia ter sensações estranhas. As coisas aconteciam rapidamente ali – Quando deu por si, já estava com as pernas na cintura deArthur, que caminhava até a cama mais próxima. Jogaram-se ali, sem fôlego algum, enquanto Aguiar puxava a regata que Lua vestia para cima.
- Hey... Devagar, cowboy! – Lua disse rapidamente e Aguiar riu, derrotado, jogando-se ao lado dela na cama. Ela riu, tentando respirar.
- Caralho... – Arthur murmurou e a garota o olhou com a visão periférica – Você pode me explicar o que é isso?
- Isso o que? – Arqueou uma sobrancelha e fitou o teto branco do quarto. Arthur riu.
- Você me tira do sério. – Arthur disse e a garota sorriu – Porque eu não consigo me controlar?
- Porque eu sou a coisa mais sexy que você já viu na vida! – Lua respondeu gargalhando e Arthur fez o mesmo, apoiando o cotovelo na cama e a olhando nos olhos.
- Tá se achando, docinho! – Ele riu.
- Eu não me acho, eu sou! – Lu respondeu rapidamente e os dois riram – Hum, acho que ando convivendo demais com você, eu não era assim tão pretenciosa!
- Shhh, menos conversa e mais ação, por favor! – Arthur riu malicioso e Lua abriu a boca, fingindo indignação.
- Quem disse que eu quero, docinho?
- Se você não quer, você vai me parar... – Arthur sorriu vitorioso a beijando rapidamente e mexendo em seu cabelo e barriga. Lu ainda tentara, por pura birra, fingir que não, esmurrando-o no peito, mas em alguns segundos sentiu seus pulsos cederem, assim como o resto de seu corpo. Estava embriagada pelo cheiro, pelo gosto dele. E tudo o que conseguia pensar era como tinha sido estúpida o suficiente de não ter provado aquilo antes.
- Lu, você tá aí? – Ouviu a voz de Sophia do lado de fora e partiu o beijo, desesperada.
- E agora? – Perguntou com os olhos arregalados e Arthur bufou.
- Vou pra varanda. Dá um jeito de tirar ela daqui. – Ele disse dando um selinho longo na menina, que transformou-se em um beijo rápido – Droga, melhor parar por aqui! – Disse contra vontade e correu para a varanda.
Lua se arrumou rapidamente em frente ao espelho e abriu a porta, inventando qualquer desculpa para estar trancada no quarto de Melanie aquela hora da manhã. E Soph acreditou.
Os dias se passaram seguindo aquele ritmo: Arthur fingia ir pra praia mais cedo, Lua chegava sempre mais tarde, os dois se pegavam pelos quartos, banheiros e demais aposentos da casa. Na rua, sempre havia uma boa desculpa para uma fuga rápida, e a noite, Arthur sempre ia parar no quarto de Lu, inevitavelmente. Às vezes os amigos desconfiavam de algo, mas sempre davam um jeito de disfarçar. Nenhum dos dois se permitia parar para pensar porque estavam agindo daquela forma: Pensar era perder tempo, agir era muito mais divertido.
- Ai caramba, a Ully ainda vai acabar descobrindo isso! – Lu reclamou assim que chegou no quarto de Arthur, de madrugada. – Ela está mais do que desconfiada!
- Eu reparei... – Arthur disse chegando mais perto – Alguém te viu entrar aqui?
- Acho que não... – Lu respondeu rápido e Arthur sorriu.
- Então vem cá... – Aguiar disse a puxando pela mão e Lu sorriu junto – Esquece que eles estão lá fora... – Disse beijando o pescoço da menina, que já fechava os olhos – A partir de agora você é só minha, docinho... – Arthur sorriu pervertido e a beijou, fazendo a garota rir.
Depois de alguns amassos, nada muito além disso, Lua deitou-se na cama ao lado de Arthur e ele a viu fechar os olhos, lutando contra o sono. Sorriu e a puxou para mais perto, abraçando-a.
- Pode dormir se quiser... – Ele disse baixo e Lu sorriu.
- Eu não posso, eu tenho que ir pro meu quarto daqui a pouco. – Ela respondeu sentindo-se incrivelmente confortável ali.
- Tudo bem, eu acordo você quando amanhecer. – Arthur disse e deu um beijo na testa da garota, que sorriu, mas não respondeu nada.
- Dude, sua mãe te ligou, você deixou a porcaria do celular no meu quarto e... PUTA QUE PARIU!
Micael deu um berro ao entrar no quarto. Olhou Lua e Arthur que pularam com o grito, e em dois segundos Aguiar estava trancando a porta.
- MAS QUE PORRA É ESSA? – Borges continuava berrando, e Lua deu um pulo na direção do garoto, tampando a boca dele.
- Borges, meu amor, pára de gritar! – Ela dizia baixo, mas sua voz estava trêmula – Você disse que ia me acordar! – Reclamou um pouco mais alto, ainda tampando a boca de Micael.
- Eu acabei dormindo! – Arthur alisou o cabelo, impaciente.
- Eu sabia que não tinha que ter vindo e...
- Hum! Hum! – Micael murmurou com a boca tampada e Lu quase riu, ainda nervosa.
- Se você gritar eu enfio aquele vaso na tua cabeça. Você me conhece. – Respondeu séria e o garoto assentiu.
- MAS QUE... – Ele ia falando alto, quando percebeu o que fizera – Mas... Como? Você estão? Como assim?
- Não é nada disso que você está pensando, Micael... A gente não tava transando, eu só dormi aqui – Lu respondeu rapidamente e Borges caiu na cadeira atrás dele, boquiaberto.
- Mas vocês estão... ficando?
Arthur encarou Lua, que deu de ombros. Já não podiam mais esconder aquilo, não de Micael.
- Estamos. – Arthur respondeu e o queixo do amigo quase abriu uma cratera no chão, fazendo com que Aguiar gargalhasse – Mas ninguém sabe! Aliás, você também não sabe de nada! Você não viu nada, tá me entendendo dude?
- Mas eu preciso dizer isso pra alguém, Lua Suede e Arthur Aguiar! Ai meu Deus! – Micael repetia e Lu riu.
- Se você manter esse segredo, eu arrumo o telefone daquelas cheerleaders amigas minhas que você tinha pedido.
- A Meredith e a Amber? – Arthur viu os olhos de Micael brilharem ao dizer os nomes e segurou o riso. Lu era realmente boa naquilo.
- Sim, e da Molly também, se você quiser. Ela te achou um gatinho, sabia? – Lu arqueou uma sobrancelha e Micael estendeu a mão.
- Fechado. Passa os telefones! – Ele disse e Arthur gargalhou, aliviado.
- Nunca pensei que fosse dizer isso, mas as coisas ficaram um pouco mais fáceis com o Micael sabendo de... De nós! – Lu sorriu tímida brincando com a areia. Eram quase meia noite e ela e Arthur estavam numa praia mais distante, só os dois.
- O Micael pode ser útil quando está interessado... – Arthur riu, segurando uma das mãos de Lua. – Lu, deixa eu te perguntar uma coisa?
- Claro! – Ela sorriu, vendo as bochechas de Arthur ganharem um tom levemente avermelhado.
- Eu estava falando com o Micael hoje, sobre... É sobre o que nós temos, somos, sei lá... E eu... Não soube o que dizer. – Aguiar disse e Lu olhou em seus olhos – Não que eu precise saber, mas garotas geralmente sabem. – Ele riu.
- Tenho pensado nisso ultimamente – Lua sorriu – Acho que posso nos classificar como amigos com benefícios?
- Que? – Arthur riu.
- Nunca viu One Tree Hill, cabeçudo? – Lu deu um pedala no garoto, que riu mais ainda.
- Desculpa se eu não sou viciado em seriados. – Ele disse com a voz afetada e a garota mordeu sua bochecha. – Explique-se.
- Bom, nós somos amigos... Nos damos bem, apesar de ninguém saber disso. Mas temos o benefício de ficarmos também, entende?
- Isso é o novo jeito de dizer que temos uma amizade colorida?- Arthur gargalhou da cara de desdém que Lua fez.
- Se você tiver oitenta anos, vovô! – Ela disse rindo e Arthur suspirou, derrotado.
- Porque você tem que ser tão chatinha?
- Pra agüentar você.
- Outch! – Arthur fez careta para a resposta, e Lu gargalhou. – Retire o que disse!
- Não.
- É melhor retirar...
- Não vou retirar. – Lu sorriu maliciosa e Arthur arqueou uma sobrancelha.
- Você sabe correr?
- Ah não, Arthur! – Ela arregalou os olhos – Você não vai...
- Dois segundos de vantagem. – Ele disse a garota ficou de pé, gargalhando. – Um, dois.
Lua deu um grito e Arthur saiu pela praia atrás dela, rindo alto, enquanto ela tentava, em vão, correr na areia fofa. Em questão de segundos, Arthur a pegou pela cintura enquanto a garota ainda se debatia.
- Por favor, não faz isso! – Ela pedia com a voz chorosa e ele riu.
- Agora você pede por favor, né? – Disse entrando na água e indo mais para o fundo. Lu prendeu as pernas ao redor da cintura dele, tentando evitar contato com a água, fazendo-o rir ainda mais – Você tá me escalando?
- Eu vou te matar Arthur, essa água tá um gelo!
- Tarde demais, docinho!
Arthur a derrubou na água e desatou a rir, e quando Lu saiu para a superfície, sorriu malicioso.
- Eu mandei você retirar o que disse...
- Já disse que te odeio hoje? – Ela respondeu séria, apertando as mãos contra os braços descobertos – Eu te odeio, Arthur Aguiar.
- Você fica sexy nervosa.
- Cala a boca.
- Eu posso te esquentar, se você quiser... – Sorriu malicioso.
- Você é um idiota! – Lu disse quase rindo.
- Uh, isso foi um quase sorriso? – Arthur disse segurando o rosto de Lu com as duas mãos – Estamos melhorando aqui.
- Você que pensa. – Respondeu firme, vendo-o aproximar o rosto do seu – Eu vou te morder.
- Eu gosto de mordidas. – Aguiar gargalhou.
- Não vai gostar dessa, amiguinho. – Lu disse e quando Aguiar aproximou a boca da sua, mordeu o ar, quando ele se afastou. – Viu?
- Você mordendo o ar? Vi! – Arthur gargalhou e Lu bufou, saindo da frente de Arthur e indo para a areia.
- Volta aqui Lu, eu tava brincando! – Aguiar disse apreensivo e Lua parou de andar, de costas pra ele. Ela suspirou ruidosamente e virou de frente.
- É melhor você honrar o que tem dentro das suas calças, Aguiar. – Disse aproximando o rosto do dele – Porque se continuar me provocando assim, um dia você vai ficar sem! – Ela disse quase rindo, e quando percebeu que Arthur ia falar, o calou o com indicador. – E ouça bem o que eu vou dizer, porque provavelmente será a última vez que você vai ouvir: Você acabou de se tornar a pessoa mais sexy que eu já conheci, porque só você consegue me fazer ir do ódio ao... – Lu parou e respirou fundo.
- Amor? – Arthur completou, segurando-a pela cintura.
- Menos do que isso.
- Tesão?
- Mais do que isso. – Ela riu, mordendo o próprio lábio. – Eu não vou conseguir explicar, mas eu posso te mostrar... – Disse baixo e ficou na ponta dos pés, encostando os lábios nos dele e o beijou, enquanto Arthur a fazia prender as pernas em sua cintura e passeava com os dedos gelados por suas costas descobertas pelo vestido. – Você... Você... Conseguiu entender?
- Eu sou burro, vou precisar de mais algumas explicações!
Arthur sorriu maroto e a garota gargalhou, fechando os olhos e sentindo-o aproximar novamente. Não precisavam de explicações. Há certas coisas que não se deve explicar, apenas sentir.

Créditos: Fanfic Obsession.

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