Web Summertime - Capitulo 7




 The game of love

- ACORDA GAROTA! – Ully pulava na cama de Lua, que colocou o travesseiro na cabeça.
- Ah , vai se foder! – Ela reclamou, fazendo a amiga rir.
- Levanta daí mulher! – Dessa vez Sophia se pronunciou e Lu abriu os olhos devagar. Mel também estava lá.
- O que aconteceu, suas loucas? Que horas são? – Lu perguntou com a voz arrastada e as três riram.
- Duas da tarde. – Melanie respondeu rapidamente – Agora a senhorita pode explicar onde esteve ontem a noite? Ou melhor... com quem esteve?
Lua coçou os olhos e sentiu um nó na garganta. Dizer que estava presa num quarto por culpa de Arthur era completamente inaceitável. Abriu a boca, mas não conseguiu emitir nenhum som.
- Sabemos que você encontrou um garoto... O Arthur nos contou! – Soph bateu palminhas e Lua fez uma careta para a desculpa que Aguiar havia dado. Bom, pelo menos ele não tinha dito a verdade.
- É, encontrei. – Lu respondeu sem empolgação e foi andando em direção ao banheiro.
- Aonde você vai? Fala pra gente, ele era gato? Ah Lua! – disparou a falar e Lu riu alto. Amava esse jeito maluco da amiga.
- Nada demais, gente. Só encontrei com ele e ficamos conversando. Ele era de Londres, também. Mas não era muito bonito. – Lua inventou e arqueou uma sobrancelha, fazendo a menina desviar o olhar. Maldito poder que Lages tinha de desvendar os pensamentos de Lua. 
– Agora vou tomar um banho e já desço... Vocês deviam se trocar, a gente podia almoçar na praia, que tal?
- Tô super dentro! – Mel deu um pulo e saiu correndo em direção a seu quarto. Soph fez o mesmo e Ully foi andando devagar.
- Mentirosa. – Ela sussurrou e Lua rolou os olhos. – Depois quero saber a verdadeira história. – sorriu e piscou, deixando Lu com cara de nada olhando para a porta.
Lu demorou um tempo até assimilar os fatos do dia anterior. A bendita frase: “Você vai ser minha, docinho.” martelava em sua cabeça o tempo inteiro. Arthur tinha a capacidade de ser idiota e de fazê-la ter sensações estranhas ao mesmo tempo, e ela nunca entenderia isso, mas estava no mínimo curiosa com o que estava por vir. Será que ele dizia a verdade? Tentou se arrumar depressa e desceu as escadas rapidamente, encontrando apenas Micael ali.
- Hey, Borges! – Lu disse com a voz trêmula. Se Micael estava em casa, os meninos provavelmente também estavam. – Viu as garotas?
- Elas estão esperando você, acho. Lá fora! – Borges respondeu indiferente enquanto jogava as almofadas do sofá para o alto. Lua riu baixo e confusa com a cena.
- O que você tá fazendo?
- Procurando minha carteira. – Micael disse e Lua riu, e ele acabou fazendo o mesmo.
- Belo lugar pra se procurar, hein? – Lu riu. – Os meninos estão por aqui também? – Ela perguntou ansiosa e Borges negou.
- Não, estão na praia... Eu só voltei pra buscar a carteira mesmo e... ACHEI! – Micael gritou e Lua gargalhou muito alto. Sophia apareceu na sala e fez uma careta absurda para a cena.
- Lu, anda logo! A gente quer almoçar na praia, não jantar! – Soph disse virando os olhos e Lua riu da careta que Micael fez.
- Tudo bem, vamos lá! – Ela pegou no braço da amiga e as duas saíram, com o garoto apenas a alguns passos de distância.
- Lu, você anda estranha hein? De papinho com o Arthur... Agora com o Micael! – Soph disse um pouco alto demais e Borges chegou perto delas.
- Eu ouvi isso.
- Dane-se.
- Ai senhor! – Lua rolou os olhos teatralmente e quase riu. – Calem a boca os dois! Vamos comer que eu tô com fome!
Ao chegarem na praia, as garotas logo se direcionaram para o quiosque, onde por acaso os meninos estavam, mas ninguém ligou. Pegaram uma mesa bem distante e fizeram seus pedidos, enquanto observavam a bela paisagem e os belos surfistas. Lu olhou para a mesa dos garotos e percebeu que Arthur a encarava. Os olhares se cruzaram e ele sorriu de canto, fazendo a menina desviar o olhar, um pouco sem graça e talvez um tanto abalada por aquele sorriso incrível.
- Eu estou vendo isso... – Ully sussurrou e Lua quase deu um pulo.
- Quer me matar do coração, sua maluca? – Lu disse e a amiga riu baixo.
- O que há entre você e o Aguiar? – disse o mais baixo possível, aproveitando que Melanie e Sophia tiravam fotos um pouco mais adiante. – Eu sei que não tinha garoto nenhum ontem.
Lua sentiu o estômago revirar e quando ia abrir a boca, Soph voltou para a mesa mostrando suas novas fotos. O olhar de para Lua foi bem desafiador, mas apenas as duas entenderam o recado. Poucos minutos depois, o almoço foi servido e as quatro estavam comendo e rindo de qualquer besteira quando o garçom se aproximou novamente.
- Com licença senhoritas. – O garoto simpático disse e todas sorriram. Ele estendeu a mão para Lua e lhe entregou um guardanapo. – O senhor ali do bar pediu para que eu te entregasse. A bebida também é sua, chama-se Orgasm. – Ele finalizou e Lu arregalou os olhos, soltando uma risada alta com as amigas.
- Abre logo esse guardanapo! – Mel quase gritou e Lu ainda ria.
- Calma mulher! – Ela respondeu e as quatro riram.
Lua desdobrou o papel devagar e começou a ler a mensagem, com um sorriso se formando em seu rosto e uma vontade imensa de rir.
Espero que goste da bebida... Agora leia isso fingindo que quem te enviou foi o cara de vermelho que está do meu lado: “Você é linda, espero te proporcionar muitas bebidas dessas” Faça cara de indignada. Jogue o papel fora. Te encontro em cinco minutos atrás da sorveteria. xxx Arthur.
Lua gargalhou muito alto e olhou para o bar. Viu que Arthur a encarava também rindo e chacoalhou a cabeça de um lado para o outro. Aquilo seria divertido.
- O que diz o papel, sua maluca? – Ully perguntou e Lua riu.
- Você é linda, espero te proporcionar muitas bebidas dessas. – Lu repetiu rindo alto da cara de espanto das amigas.
- Nossa, mas que pedreiro! – Soph dizia rindo e Lua tomou um gole do drink, que era realmente bom.
- Quem é o cara, Lu? – Melanie perguntou e Lua apontou com a cabeça.
- O loiro de vermelho ali do bar. Aquele da bebida azul. – Respondei e Mel arqueou a sobrancelha.
- Parece bonitinho... – Ela abaixou a haste do óculos e Lu segurava o riso. – Vai responder?
- Claro que não, tá louca? – Lua fingiu indignação. Tinha que admitir que as instruções de Arthur eram realmente boas – Muito pervertida essa cantada! Aliás, vou dar um pulo no banheiro e já volto!
- Vou com você! – Soph disse e Lua gelou.
- Não! – Respondeu rapidamente e as amigas a encararam, confusas.
- Porque não? – arqueou uma sobrancelha, sempre desconfiada.
- Porque... Porque... – Lu gaguejou e tentou não ficar corada. Odiava não ter resposta para as coisas. – Porque aquele surfista gatinho da prancha azul tá te encarando há horas, Sophia. Acho que ele tá ensaiando vir aqui! Fique, eu volto em cinco minutos! – A garota disse por fim e Sophia olhou para trás, admirada.
- Nossa, que gato! – Ela exclamou – Vou ficar por aqui mesmo! – Soph respondeu marota e Lu sorriu aliviada, evitando olhar para ao deixar a mesa e amassando o papel para jogá-lo no lixo mais próximo.
Caminhou lentamente até a sorveteria, mas sentia suas mãos geladas. Odiava quando isso acontecia, mas estava ansiosa. Sabia que Arthur realmente não estava brincando quando disse que iria conquistá-la, e isso a fazia sentir coisas estranhas. Deu a volta no lugar e parou atrás, olhando para os lados e vendo que ninguém estava ali. Xingou Arthur mentalmente pensando que aquilo tudo era outra brincadeira estúpida, e quando virou para ir embora, o viu parado atrás dela.
- Hey. – Ele disse abrindo um sorriso gigante que quase a fez desmontar. Aquele garoto tinha o sorriso mais bonito que ela já tinha visto, mas é claro que nunca admitiria isso. Sorriu breve.
- Pensei que não viesse. – Ela deu de ombros.
- Gostou da bebida? – Arthur gargalhou e Lua fez o mesmo.
- Você é um pervertido, sabia? Ninguém merece! – Lu disse rindo e Arthur respirou fundo.
A primeira parte do que ele queria estava completa: Ela estava ali, difícil era saber lidar com isso. Nenhuma garota – pelo menos para ele – era tão complicada como Lua. E de certa forma, ele adorava isso.
- Vai dizer que a bebida não era boa? – Arthur arqueou uma sobrancelha e Lu admitiu, sorrindo.
- Realmente tenho que concordar. – Ela sorriu – Mas o que queria comigo?
- Dar uma volta e conversar... – Aguiar respondeu com um sorriso quase tímido e Lua sentiu a nuca arrepiar. Era engraçado vê-lo sem jeito.
- Tudo bem, mas eu não posso demorar... As meninas vão desconfiar.
- Você se importa? – Arthur apoiou os braços na parede em volta de Lua, prendendo-a ali. A garota sentiu os joelhos amolecerem. Maldita distância mínima.
- Me importo, claro. – Ela respondeu rapidamente – Se elas acharem que eu aceitei aquela cantada de pedreiro do suposto cara de vermelho, vai ficar muito ruim para a minha reputação. – Lu terminou e Arthur gargalhou.
- Faz sentido. Agora vem! – Arthur a puxou pela mão e os dois saíram correndo para algum lugar que Lua não tinha ideia de onde era. Ela apenas ria, sem fôlego, e ele fazia o mesmo. Nenhum dos dois sabia o que era aquela sensação.
- Arthur, eu vou morrer, você quer parar de correr por favor? – Lu disse ofegante e o garoto riu, a encarando de frente. Ela estava simplesmente linda e ele riu.
- Você disse que precisa ser rápido, a culpa é toda sua! – Ele retrucou colocando as mãos no joelho e Lu riu baixo.
- Não quero mais ir... Tô cansada. – Ela reclamou e Aguiar fez careta.
- Ah não, agora você vai!- Arthur disse com a voz autoritária e Lu fez uma careta, quase rindo.
- Me dê um bom motivo. – Retrucou rapidamente e Arthur coçou a cabeça, sem saber o que dizer.
- Não seja chata, só me acompanhe. – Ele disse mais baixo e Lua gargalhou.
- Péssimo argumento.
Arthur riu.
- Sobe e não reclama. – Arthur mostrou as próprias costas e Lu arqueou a sobrancelha.
- Você realmente tá disposto a me carregar? – Ela exclamou em total surpresa e Arthur sorriu.
- Você reclama demais, pergunta demais. Dá pra subir logo? – Ele disse sorrindo e Lu fez o mesmo, pulando em suas costas.
- Parabéns, isso foi surpreendente Arthur Aguiar. – Ela disse rindo e Arthur começou a andar, sorrindo.
- Eu sei que eu sou foda! – Ele disse e os dois gargalharam.
- Eu não te mereço, juro! – Lu rolou os olhos e estapeou a cabeça de Aguiar, que riu ainda mais.
- Outch! Eu já te disse que eu não sou saco de pancadas?
- Ah não? – Lu interrompeu rindo. – Desculpa, confundi. – Ela disse e Arthur olhou para cima, gargalhando.
- Nem vou comentar.
Os dois chegaram em um lugar onde o mar extremamente azul se misturava com um lago. Era simplesmente deslumbrante. Lu pulou das costas de Arthur e ele parecia igualmente estupefato.
- Wow. – Ela disse e Arthur sorriu.
- Acho que aqui tá bom... – Arthur disse olhando em volta – Que lugar lindo!
- Você não conhecia isso aqui? – Lu virou confusa e Arthur negou com a cabeça.
- Eu só queria te trazer pra longe... – Arthur riu – Tá, eu devia ser esperto e ter dito: Sim, conhecia, pensei em você pra te trazer aqui! – Aguiar estapeou a própria testa e Lua gargalhou com isso.
- Seria romântico. E bem estranho. – Lu rolou os olhos.
- Porque estranho? – Arthur disse sentando perto do lago e Lua fez o mesmo.
- Porque Arthur Aguiar e romantismo na mesma frase não é algo que combine muito. – Ela disse rindo e Arthur fez uma careta.
- Você não me conhece. – Ele deu uma piscadinha e a garota riu ainda mais.
- Acho que conheço o suficiente pra crer que historinhas românticas não sairão da sua boca. – Lu retrucou e Arthur abriu a boca, mas não emitiu nenhum som. Ela sorriu vitoriosa.
- Ninguém nunca reclamou. – Arthur deu de ombros e Lu rolou os olhos, encarando a paisagem.
- Sempre tem a primeira, fica a dica. – Foi a vez de Lu dar uma piscadinha e Arthur gargalhou.
- Falou a super romântica agora. Quase uma Julieta buscando um Romeu! – Ele disse a encarando nos olhos e rindo alto. Lu arqueou uma sobrancelha.
- Quem disse que eu estava me referindo a mim?
- Mesmo assim.
- Cala a boca, Arthur. – Ela disse mexendo na areia e os dois ficaram em silêncio por um minuto. – Fala logo o que você quer comigo.
Lua disse Arthur continuou mudo, já que ela tinha o mandado calar a boca. Ele sabia exatamente como irritá-la. Lu bufou.
- Retardado! Nem sei porque eu to aqui... – Ela disse levantando e Arthur a puxou pra baixo, rindo.
- Tô brincando, tô brincando! – Ele levantou as mãos perto do rosto e Lu quase riu. – Você é muito alterada, docinho...
- Ai Deus do céu, dai-me paciência com essa criatura e seus docinhos... – Lu rolou os olhos e os dois riram em conjunto. – Mas o que você queria, afinal?
- Conversar, ué. Eu sei que perto dos caras e das suas amigas é quase impossível... – Arthur disse olhando em seus olhos – E outra, quero te convidar pra sair.
Ele disse simplesmente e Lu o encarou nos olhos, confusa.
- Eu e você? – Ela perguntou e ele riu, assentindo – Tipo um encontro?
- Se você gosta de nomear assim. – Arthur sorriu de canto e sentiu suas mãos gelarem. Estava com medo do que ela poderia responder. Mas iria conquistá-la, tinha prometido isso a si mesmo. Lu ficou em silêncio e encarou o mar.
- Como você pretende fazer isso sem que ninguém note? Arthur, é óbvio que todo mundo vai perceber que a gente sumiu! – Lu parou de falar e pensou melhor – Se eu aceitar, claro.
- Se você aceitar... – Arthur riu baixo da confusão da garota – Pode ficar tranquila que eu sei exatamente como fazer. Você só precisa confiar em mim e fazer exatamente o que eu disser.
Arthur virou-se de frente pra Lua e ela o encarou nos olhos. Sentiu um misto de medo e excitação na proposta. Arthur estava apreensivo com a demora da garota pra dizer alguma coisa, era impressionante como só ela conseguia fazer suas mãos suarem de ansiedade. Não sabia se aquilo era algo bom, mas definitivamente era constrangedor. Lu mordeu o lábio.
- O que eu tenho que fazer? – Ela perguntou e Arthur sorriu largamente, aliviado.
- Presta muita atenção no que eu vou te falar. – Ele começou, e Lua o escutava atentamente. Nada poderia dar errado.
Lu andava de um lado para o outro no quarto, despejando o armário inteiro sobre a cama. Não sabia o que vestir e não poder pedir ajuda para as amigas não facilitava muito sua vida. Aliás, elas aparentemente tinham acreditado na desculpa esfarrapada que Lua inventara para o sumiço repentino durante a tarde. Disse que tinha passado mal do estômago por causa do excesso no almoço, e que tinha ido para casa. Obviamente a única que não comprou totalmente a história foi Ully, e Lua já estava começando a considerar a possibilidade de contar para amiga sobre Arthur. Não duraria muito tempo esse segredo. Depois de provar o quinto vestido e não chegar a nenhuma conclusão, saiu pelo corredor decidida a falar com Ully.
- Eu juro, é verdade Thiago! – Ouviu a voz de Arthur no quarto de Amaral e parou, curiosa.
- Você vai sair com a Lua? – Thiago gargalhava – Lua Suede, minha amiga que você supostamente odeia? Tá bom que eu tenho reparado que vocês andam meio estranhos, mas isso já é demais.
- Eu tô falando sério! Preciso que você dê cobertura... – Arthur pediu e Lu continuou parada, quase rindo.
- Tá, tudo bem... – Thiago riu – Mas só uma coisa, Aguiar. Vê se não esquece que a Lu não é qualquer uma. Você a conhece o suficiente pra saber que ela não vai aceitar ser só mais uma na tua lista, e eu te conheço pra saber que você corre de relacionamentos sérios. Além do mais, ela é irmã do Chay... Fica ligado, dude.
Lu ouviu a última frase de Thiago e uma sensação estranha percorreu seu corpo. E se ela realmente fosse apenas uma da lista? Tinha esquecido da fama de Aguiar no colégio, por alguns instantes. Hesitou em ir até o quarto de , deu meia volta e bateu sua porta.
Estavam todos jantando quando Arthur apareceu na sala de jantar. Lua levantou o olhar e o encarou, perplexa. Ele estava indiscutivelmente lindo: o cabelo propositalmente desarrumado, a calça jeans escura com uma camisa social azul clara e um All Star branco nos pés. Quando seu olhar parou no dela, teve quase certeza de que ia sufocar. Respirar pra quê?
- Fiu fiu, pensa que vai aonde assim tesão? – Micael fez uma voz afetada e a mesa inteira gargalhou.
- Pro meu encontro, mané! – Arthur disse e Lua engasgou com o refrigerante, fazendo Amaral gargalhar alto.
- Nossa Lu, calma! – Chay disse rindo e dando um tapinha nas costas da irmã, que ficou corada.
- Vai encontrar a francesa de ontem, Aguiar? – Sophia perguntou e Arthur arqueou a sobrancelha, segurando o riso.
- Ela mesma. – Ele sorriu – Agora deixa eu ir, porque fiz a reserva pra oito e meia - Arthur frisou bem o horário e Thiago encarava Lu, quase rindo – E não posso me atrasar. Fui!
Arthur saiu pela porta da frente e todos começaram com seus papos paralelos, enquanto Thiago ainda olhava a amiga sugestivamente.
- Lu, você nem tocou no macarrão! – Mel disse e Lua sentiu o rosto queimar.
- É que eu ainda tô meio enjoada por causa do almoço, amiga! – Mentiu – Vou subir pra me arrumar, ok?
Lu correu até o quarto e pegou o vestido preto que tinha decidido usar. O vestiu o mais rápido que conseguiu, e começou a arrumar o cabelo e a maquiagem. Ouviu um toque suave na porta.
- Entra.
- Hey, francesa! – Thiago disse e Lua corou absurdamente.
- Cala a boca, Amaral! Eu vou matar o Arthur por ter te contado isso! – Ela disse e Amaral gargalhou.
- Isso, pode matar, contanto que não encoste em mim! – Ele disse e Lua riu alto – Olha, já tô saindo com os garotos! O Arthur pediu pra avisar que o restaurante é aquele vermelho lá, sabe?
- Ah claro Thiago, o vermelho lá, claro! – Lu rolou os olhos teatralmente e gargalhou. – Le Petit Bistro, sei exatamente onde é. Agora se manda vai!
- Ui, fala isso de novo? Você ficou tão sexy falando francês! – Thiago disse e Lu tacou uma almofada nele, gargalhando.
- Tarado! – Ela disse e Amaral se aproximou, beijando-a na bochecha.
- Sexy! – Ele disse e os dois gargalharam, enquanto Amaral fechava a porta.
Arthur já estava impaciente. Meia hora de atraso. MEIA HORA! Isso porque tinha pedido pra que ela viesse o mais rápido possível.
- Garotas... – Ele murmurou, brincando com a taça de água em sua frente.
Com o tempo correndo no relógio, Aguiar começara a ficar mais preocupado. Talvez algo tivesse dado errado, ela não se atrasaria tanto assim. Quarenta e sete minutos era de fato muita coisa. Discou para o celular de Lua rapidamente.
O celular chamado encontra-se desligado ou fora da área de cobertura.
- Merda! Porque tem celular se deixa desligado?
Arthur exclamou alto e algumas pessoas olhavam pra ele. Ótimo, agora parecia um louco que fala sozinho em restaurantes. Discou várias vezes seguidas e nada. Tinha certeza que algo tinha acontecido, que alguma das garotas tinha inventado alguma coisa e que Lu não teria conseguido se livrar. Aquilo era humilhante, um bolo oficial. Arthur Aguiar nunca tinha tomado um bolo na vida. Virou um copo de Whisky, irritado, e discou pela última vez. A mesma mensagem. Xingou até a quinta geração da mulherzinha da gravação e saiu do restaurante, ligando para Thiago, que atendeu só na terceira vez.
- Alô! – Ele deu um berro, estava em um lugar muito barulhento. Arthur sentiu o ouvido zunir.
- Vai gritar na puta que pariu, Amaral! – Ele disse e Thiago franziu a testa. Havia algo de errado.
- Nossa, o que aconteceu? A Lua chutou seu saco? – Amaral disse brincalhão e Arthur quase tacou o celular num poste. Estava descontrolado.
- Antes fosse! Ela não apareceu, dude! – Respondeu e Thiago sentiu o queixo cair.
- Como não apareceu? Ela tava se arrumando pra ir pra aí, cara! Eu falei com ela!
- Tá, mas ela não veio, caralho!
- Beleza, foi ela que te deu um bolo, não eu! – Amaral disse e Arthur rolou os olhos. Estava pouco se importando para o momento sentimental do amigo.
- Dane-se! Será que aconteceu alguma coisa? – Aguiar perguntou, pela primeira vez dando lugar a preocupação.
- Deve ter acontecido, liga pra ela!
Arthur gargalhou muito alto.
- E você acha que eu já não fiz isso?
- Tá, faz assim... A gente tá chegando aqui no Progression, vem pra cá! Vou tentar falar com a Lu ou com alguma das meninas, aí te aviso! Mas vem pra cá! – Amaral disse e Arthur fez uma careta. Não teria outra saída.
- Tá, tô indo.
Thiago pegou o celular e discou para . Foi a primeira que ele lembrou – sempre era, aliás – E a única que parecia saber um pouco mais daquela história. Na primeira vez, chamou até cair na caixa postal. Discou novamente, e ela atendeu na primeira chamada.
- Amaral!
- , onde vocês estão?
- QUE? – Ela berrou e Thiago ouviu Lady Gaga tocando ao fundo – EU NÃO TÔ TE OUVINDO!
- ONDE VOCÊS ESTÃO? – Thiago berrou novamente e gargalhou.
- Não to entendendo nada! A gente se fala depois! – Ela disse alto e desligou o telefone na cara do garoto.
- Ótimo! – Thiago rolou os olhos.
- Tava falando com quem, dude? – Chay perguntou e Thiago fez uma careta.
- Com a Ully. Ela me ligou sem querer, acho – Mentiu e Suede riu – Vamos entrar?
- Aqui galera, camarote para nós! – Borges chegou com as pulseiras e os três gargalharam – Vou guardar a do Arthur no bolso, quando ele chegar eu entrego!
Os três caminharam entre várias pessoas e Chay se perdeu no caminho, parando pra conversar com uma loira que tinha lhe chamado atenção desde o lado de fora. Micael e Thiago riram, e subiram até o camarote. Assim que entraram, Amaral ficou paralisado. Viu dançando em cima de uma mesa e ela estava deslumbrante. Mas não foi isso que o deixou paralisado.
- Lua, o que você tá fazendo aqui? – Ele gritou e ela tremeu. Não era para eles terem aparecido. – Desce daí!
- Me erra, Amaral! – Lu reclamou e continuou dançando com a amiga.
- Eu preciso falar com você!
- Depois Thiago, depois... – Ela respondeu indiferente e sorriu confusa para Amaral, que rolou os olhos bastante nervoso.
- Não acredito nisso. – Ele disse baixo, mas Lu pode ler seus lábios. Sentiu um peso enorme na consciência e uma vontade de correr até onde ele estava. Mas não o fez. Olhou para frente e continuou dançando. Se resolveria com ele depois.
- Dude, cheguei! – Arthur disse ao telefone e Thiago suspirou alto.
- Tô indo aí entregar sua pulseira! – Ele berrou de volta e desligou, indo até onde Micael estava e pegando a pulseira com ele.
Desceu as escadas correndo e esbarrou em algumas pessoas lá embaixo. Lua tinha passado dos limites, ele sabia que Arthur ia ter um colapso.
- Hey. – Ele disse ao avistar o amigo e estendendo a pulseira laranja.
- Hey! Alguma notícia da Lua? – Aguiar perguntou e Thiago coçou a cabeça, depois a balançou afirmativamente. – Fala!
- Ela tá aqui, dude.
- COMO ASSIM? – Aguiar berrou e algumas pessoas pararam pra olhar pra ele. Amaral fez sinal pra que falasse baixo.
- Não sei, eu cheguei aqui com os caras e ela tá aí com as meninas, dançando. Tentei falar com ela mas...
Thiago ia dizendo quando viu Arthur disparar em direção a porta do lugar.
- Fodeu. – Foi tudo o que ele conseguiu dizer, antes de correr atrás do amigo, mas perdê-lo de vista em segundos. Aquilo não daria certo.
Arthur entrou no camarote rapidamente e avistou Lua com Melanie perto do bar. Passou como um furacão ao lado de Micael, que não teve tempo nem de abrir a boca para cumprimentá-lo. Chegou aonde elas estavam e puxou Lu pelo braço, porque ela estava de costas.
- Ei, o que você pensa que... Arthur! – Lu exclamou sentindo seu coração pular no peito e totalmente surpresa.
- Preciso falar com você. – Ele disse nervoso, e ela podia perceber isso em sua voz e no jeito que ele a olhava. Thiago chegou correndo.
- Dude, não vai fazer nada que...
- Me deixa em paz, Thiago. – Arthur reclamou – Posso ou não falar com você? – Ele perguntou olhando para Lua, que sentiu um arrepio na espinha. Estava com medo.
- Tudo bem. – Ela assentiu e foi puxada escada a baixo, quase caindo.
- Eu tô de salto, dá pra parar de correr?
- Foda-se. – Arthur disse alto e tudo o que Lua queria era gritar.
Saíram da danceteria e Lu sentia seu braço doer pela força que Arthur estava aplicando. Ainda podiam ouvir a música alta lá dentro, por uma porta lateral.
- Você tá me machucando! – Ela reclamou, ficando nervosa. Arthur soltou seu braço bruscamente.
- Você acha que eu tenho cara de idiota? – Ele berrou e Lu ia abrir a boca pra falar, mas ele não deixou – Você me deixou plantado naquela porra de restaurante por uma hora! Quem você pensa que é?
- Arthur, eu...
- Não quero saber, Lua! Eu pensei que você tava falando sério quando disse que era pra eu tentar, se era pra me fazer de idiota, não precisava nem ter falado. – Ele continuava gritando e Lu sentia os olhos arderem.
- Se você não quer me ouvir, pra que você me trouxe aqui pra fora, Arthur? – Ela gritou, e Arthur abriu a boca, mas não emitiu som algum. – Eu não disse pra você me conquistar só pra te fazer de idiota! Eu ia naquela merda de encontro!
- E porque não foi? – A voz de Arthur agora era mais baixa, Lua quem gritava.
- Porque eu mudei de ide
ia. – Ela disse quase em um sussurro. 
- QUE? – Arthur voltou a se alterar. Estava incrédulo. Aquilo já era um pouco demais. – Mudou de idéia? – Ele riu sarcástico. – Eu devia ter esperado isso de alguém como você. Lua Suede nunca muda, não é mesmo?
- Cala a boca, Arthur! Eu ouvi sua conversa com o Amaral! – Ela disse e ele parou, extremamente confuso.
- O que teve de errado na conversa?
- Eu não quero ser mais uma na sua lista, Arthur. Aliás, eu estou cansada de ser mais uma na lista de todo mundo! Eu não sou um troféu pra você dizer que pegou e sair contando pros seus amiguinhos! Sinto muito, docinho. – Lu gritou por fim e Arthur ficou sem reação. Viu que a garota ia embora e a prendeu contra a parede.
- Eu não quero você como um troféu. – Ele disse baixo, quase inaudível. Lua sentiu o coração acelerar com aquela proximidade toda. Respirou fundo.
- Prove. Me dê três bons motivos. – Ela disse e Arthur rolou os olhos, rindo.
- Você é impossível, docinho.
- Anda logo, Arthur. Três motivos. – Ela respondeu firme e Arthur deu um passo para trás, pensativo. Lu apenas o encarava, com os braços cruzados.
- Okay, se você quer assim... – Ele disse, levantando um dedo. – Motivo número um: Se você fosse qualquer uma na minha lista, eu não estaria aqui inventando três motivos pra você acreditar em mim. Você é extremamente complicada, eu já teria desistido de você muito antes. Então ponha na sua cabeça que você não é uma garota qualquer. – Ele disse e Lu sentiu os joelhos tremerem, tentando reprimir um sorriso.
- Continue. – Ela disse baixo e Arthur sorriu de canto, chegando perto e apoiando os braços na parede, prendendo a menina ali.
- Segundo motivo: Embora você seja irritantemente estranha, com essa mania de colocar regras em tudo e de não confiar em mim, eu sei que você quer isso tanto quanto eu. – Ele fez sinal de silêncio nos lábios da garota, que já ia se manifestar – Se não quisesse, não estaria perdendo seu tempo comigo aqui fora, e muito menos pediria pra eu te provar alguma coisa. E terceiro... – Arthur encostou a boca no pescoço da garota, que se arrepiou só com o toque.
- Arthur...
- Cala a boca.
Arthur sussurrou no ouvido de Lua e rapidamente colou sua boca na dela. Não pediu permissão, entrelaçou rapidamente suas mãos em seu cabelo e acabou com qualquer espaço que houvesse ali. Lu sentiu seu corpo inteiro arrepiar quando a língua de Arthur invadiu sua boca e tocou a dela. O segurou com força pelo pescoço e intensificou o beijo. Nenhum dos dois sabia quem estava mais desesperado por aquilo – Só conseguiam prestar atenção nos corações estranhamente acelerados e no quanto aquilo era bom. E por mais que Arthur tivesse beijado milhares de garotas, nada se comparava com aquele beijo. Aquela garota sabia o enlouquecer de um jeito irreal. Lu mordeu o lábio do garoto devagar, totalmente sem fôlego.
- Esses motivos foram bons pra você? – Arthur perguntou com a boca colada na de Lu, que riu abafado.
- Tá pra existir um cara mais metido que você, Arthur. – Lu murmurou e os dois abriram os olhos, rindo baixo.
- Eu não sou metido, sou realista.
- Dá pra você calar a boca? – Lu perguntou arqueando uma sobrancelha maliciosamente e mordendo o lábio inferior de Aguiar, que sentiu a nuca arrepiar.
- Só se você me der um bom motivo. – Ele sorriu maroto e Lua sentiu borboletas fazerem festa em seu estômago. Riu baixo.
- Só um bom motivo? – Ela fez bico e Arthur riu alto. Nunca tinha se sentido daquela forma em relação a uma garota. – Vem cá...
Ela o puxou devagar e os narizes se tocaram, e na mesma velocidade, encostaram os lábios. Arthur foi calmo dessa vez. Queria sentir cada pedaço de Lu, o fato de não saber se aquilo aconteceria novamente era ao mesmo tempo desesperador e excitante. Desenhou sua boca com a língua e a beijou devagar. Lu suspirou alto, mas não ligou. Eram como se seu beijo fosse moldado pra encontrar o dele, por mais estranho que isso pudesse parecer. Arthur parou o beijo sem nenhuma vontade e acariciou o rosto da garota. Aproximou sua boca do ouvido dela e sussurrou:
- Finalmente, docinho.


Créditos: Fanfic Obsession.

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