Web Summertime - Capitulo 3





The way I see you

- Ah garota, último dia de aula! – Sophia pulava contente e Lu riu.
- Nem acredito! Férias, as tão esperadas férias! Isso é incrível! – Ela disse e Mel se aproximou.
- E aí gatinhas, vamos arrasar na festa da praia? – Ela perguntou como se isso fosse muito óbvio, e todas riram. – Lu amiga, discurso na ponta da língua?
- Sempre! – Ela sorriu animada.
Lua não era presidente do conselho estudantil, não fazia parte do grêmio e não tinha ligação com nenhuma pessoa envolvida nesses dois quesitos. Bom, sua paixão era pela arte. Ela simplesmente figurava em todas as peças teatrais do colégio, como protagonista ou com papéis de grande destaque. Foi capitã das líderes de torcida durante quase dois anos, mas quando teve que escolher entre as artes dramáticas e os gritinhos empolgados, ficou com a primeira opção, a contragosto de muita gente. Por ser altamente popular no colégio, sempre era escolhida para discursos empolgados nas festas que antecediam as férias, ou a volta as aulas.
- Nem acredito que depois de amanhã estaremos na FRANÇA! – Os olhos de Ully ficavam iluminados com a idéia.
- Estou contando os minutos! – O braço de Thiago pousou levemente nos ombros da garota, que torceu o nariz e se livrou dele em dois segundos.
- Bom, a parte de você estar lá não é bem a minha preferida das férias! – Ela disse jogando os cabelos e ele fez careta.
- Outch, bom dia pra você também! – Ele disse e Lua riu.
- Bom dia Thiago meu amor! – Ela estalou um beijo na bochecha dele. – Dormiu bem?
- Uau, que bom humor Lu! Estou começando a achar que as horas no banheiro...
- Cala a boca antes que você Chay e seu segundo toco do dia, bebê! – Lu disse sorrindo e Thiago riu.
- Qual a primeira aula de vocês? – Ele perguntou.
- Bom, eu e a Sophia temos Física... – Lua passou a mão nos cabelos teatralmente fazendo todos rirem. – A Mel e a Ully tem biologia.
- Biologia só se for com o Cullen. – Arthur entrou na conversa fazendo uma voz afetada que ele jurava parecer com a de Lua. Ela rolou os olhos.
- Ai Arthur, você cansa minha beleza, sabia? – Ela reclamou e Amaral riu. – Vem Soph, vamos nos atrasar! – Ela disse puxando a amiga.
- Nos vemos em Literatura, docinho! – Arthur deu um berro mais alto e Lu murmurou algumas coisas que ele não entendeu, mas riu.
As aulas antecedentes ao intervalo passaram rapidamente. Os professores não tinham mais nada para passar para os alunos, apenas as notas e as tão temidas recuperações. A aula dupla de literatura vinha logo após o intervalo, e era a única em que todos os oito se encontravam, coincidentemente. A maior parte da classe gostava muito da Sra. Brown, era uma das professoras mais simpáticas daquele colégio. Ela entrou sorridente na sala e alguns baderneiros – o que incluía Chay e Micael – pararam com a guerra de papel.
- Bom dia queridos!
- Bom dia Sra. Brown.
- Bem, último dia de aula, não é mesmo? Vejo que estão animados para se verem livres de nós por um tempo – Ela riu sozinha da própria piada – Sr. Aguiar, sente-se corretamente, não quero alunos com lordose. – Ela disse e Arthur assentiu. Lua e Ully riram. – Continuando. Eu sei que a maior parte dos professores não está fazendo nada nesse último dia, mas eu tenho um trabalho para vocês.
Uma onda de “Ah professora” e “Poxa, último dia!” foram ditas simultaneamente. A senhora de meia idade riu levemente e bateu a mão na mesa para que olhassem para ela.
- Posso terminar, por favor? – Ela disse todos ficaram quietos. – Assim que eu gosto! Enfim, eu acho que vocês vão gostar desse trabalho. Ele não tem nada a ver com literatura, mas com convivência. Quantos anos vocês estudam juntos? Aposto que bastante tempo. Mas aposto também que metade de vocês mal se conhecem. Deixem-me provar minha teoria. Srta. Purcino, qual é o nome desta aluna? – Ela disse apontando para uma garota de cabelos cacheados na segunda fileira da frente e sorriu.
- Er... Evan. – Mel respondeu em dúvida e Sophia sorriu para ela.
- Certo, acertou! – A professora sorriu. – Agora me diga: Evan chegou aqui na metade do ano letivo, vinda de uma outra cidade, qual mesmo? – Ela questionou e Melanie não soube responder, fazendo a sorrir vitoriosa. – Bristol, seria a resposta correta, meu anjo. É exatamente isso que eu quero provar para vocês hoje. Vocês são uma sala de aula, mas poucos se conhecem, todos vivem em suas panelinhas sem se importarem com o restante. E hoje eu quero que vocês conheçam o restante. Então eu quero que essa metade da sala escreva rapidamente seus nomes em papéis e passem para frente. Eu vou colocar nessa caixinha. Mas só a metade!
Todos obedeceram sem entender aonde ela queria chegar. Lua escreveu seu nome em um papel, assim como todas as suas amigas. Os garotos estavam na outra parte da sala, então não precisaram escrever.
- Ótimo, tudo aqui? – A professora perguntou retoricamente, chacoalhando a pequena caixa. – Bom, eu quero que cada um desse lado venha pegar um papel. Mas NÃO ABRAM AINDA, por favor. – Ela disse e todos obedeceram.
- Certo professora, mas o que a gente faz com isso? – Uma garota de cabelos extremamente longos e lisos perguntou imediatamente.
- Minha querida Anna, isso que eu vou explicar agora. Bem, cada um de vocês que está com o papel na mão irá vir aqui dizer qual nome encontrou aí dentro. E o nome que estiver aí será seu mais novo amigo! Bom, pelo menos pelas próximas duas horas...
- Como assim? Micael perguntou do fundo da sala.
- Bem, eu tenho aqui uma listinha com cinco perguntas e uma pergunta surpresa para vocês. Cada dupla vai sair da sala, andar pelo colégio e fazer algo legal juntos, seguir as tarefas. Eu tenho como saber se estão fazendo tudo direitinho, ok? Não tentem trapacear!
Todos começaram a falar juntos e a preocupação da maior parte das pessoas era cair com alguém que não gostava, ou com alguém queima filme, ou coisa do tipo. Sra. Brown havia deixado claro que não permitiria que amigos ficassem em dupla, e ela sabia muito bem quem era amigo ali e quem não era. Lua sentiu um arrepio na espinha só de pensar em algumas probabilidades. “Você teria que ser muito azarada!” Ela pensou e prestou atenção quando seu irmão foi chamado a frente para ser o primeiro a abrir o papel.
- Angela Williams! – Quem é essa? – Ele sussurrou para a professora e uma garota tímida e pequena veio em direção a ele. Chay tinha certeza que nunca havia visto aquela garota na vida.
Assim a brincadeira prosseguiu. Ully havia sido sorteada por um nerd e foi muito zoada pelas amigas por causa disso. Thiago passaria um tempo com uma líder de torcida extremamente gostosa, palavras dele.Várias pessoas haviam sido sorteadas. Algumas poucas haviam adorado a dupla, mas muitas estavam insatisfeitas.
- NÃO! – Borges quase gritou ao abrir o papel.
- Micael Borges, isso são modos? Quem você sorteou? – Sra. Brown perguntou e ele ficou verde.
- A... a... a... – Thiago gritou um anda logo Borges e ele parou de gaguejar. – Sophia. Sophia Abrahão.
Soph ficou mais verde que Micael e levantou reclamando tão rápido que ninguém entendeu nada. A professora riu.
- Uau, vejo que formei uma dupla interessante! Sem reclamações, os dois. Não vou mudar coisa alguma!
Mais três duplas formadas e Lua estava quase dormindo na carteira quando Arthur foi chamado a frente. Sentou-se corretamente e começou a tamborilar os dedos na mesa. Não, ainda tinha pelo menos cinco pessoas para serem dupla dela. Isso não ia acontecer.
- Que letra estranha! – Arthur reclamou e algumas pessoas riram. – Ah, não! – Ele sussurrou e de repente ficou corado. Aquilo não podia estar acontecendo. – Lua Suede. – Ele disse muito baixo.
Lua bateu a cabeça na mesa. Algo realmente dizia que aquilo ia acontecer. Logo Thiago começou com as piadas sobre o banheiro e Chay ria escandalosamente. Ela sabia que não adiantaria reclamar. Apenas levantou-se em passos largos e tomou o envelope da mão da professora, voltando ao seu lugar. Todos acompanharam a cena em silêncio.
- É, acho que nosso destino cisma em fazer esse tipo de coisa com a gente... – Arthur andava com as mãos nos bolsos ao lado de Lua.
- Eu não acredito em destino. Estou começando a achar que uma pessoa com a sorte como a minha só pode passar por esse tipo de coisa. – Ela respondeu sem olhar.
- Não vai me dizer que você realmente acha que não é sortuda? – Arthur rolou os olhos e Lua o encarou de frente pela primeira vez.
- Você não me conhece, Arthur. Pare de tentar falar do meu destino ou da minha sorte. – Ela disse num tom de voz amigável, mas as palavras eram ásperas.
- Se você diz. – Ele deu de ombros e sentou embaixo de uma árvore. – Ficamos aqui.
- E quem disse que você quem decide as coisas? – Ela retrucou prontamente.
- Puta merda, cada dia mais chata. – Arthur reclamou e levantou. – Qual árvore te agrada mais? – Disse sarcástico. – Pra mim são todas iguais.
- Ah, vê se me erra! – Lu respondeu sentando no lugar em que Arthur estava. Ele bufou e sentou ao lado dela.
- Vamos terminar logo com isso. – Ele disse pegando o envelope.
- Acho válido. Qual a primeira pergunta?
- “Dentro dos limites do colégio, cada um deve levar o novo amigo para um lugar que realmente gosta, para fazer algo divertido” – Arthur repetiu com cara de espanto. – Essa mulher é doida!
- Sempre desconfiei! – Lu riu. – Ela disse que eram PERGUNTAS. Mas tanto faz. Vai, me leva pra algum lugar.
- Primeiro as damas. – Arthur fez um gesto de reverência exagerado e Lua riu.
- Você é insuportável. Anda, me leva pra algum lugar logo.
Arthur e Lua andaram lado a lado sem dizer nada por poucos minutos. Ao redor do pátio viam vários de seus colegas se movimentando em duplas. Arthur achou graça e riu sozinho. Lu sorriu olhando para os pés.
- Tcharan! – Arthur mostrou a cantina para Lu, que teve um acesso de riso.
- A cantina, Arthur? – Ela estava quase engasgando de rir.
- Nossa, não vi tanta graça assim... – Ele fez bico e Lu tentou parar de rir, mas achou bonitinho a cara que ele estava fazendo.
- Não é que seja propriamente engraçado... É que sei lá, é típico. Aposto que metade dos garotos vai trazer as meninas aqui. Ou vão levá-las pro ginásio.
- Ou para alguma salinha escura para fazer coisas mais divertidas! – Arthur bufou e Lu rolou os olhos.
- Pervertido.
- Realista.
- Cala a boca.
- Tá, o que você quer comer? – Ele perguntou olhando a grande placa que tinha os lanches. Normalmente todos usavam o refeitório, a cantina só funcionava em horários alternativos.
- Não sei ainda! – Lu olhava o grande mural de cima abaixo.
- Eu vou pagar, afinal é meu programa. – Arthur sorriu e Lu riu, incrédula.
- Meu deus, dentro de todo ogro existe um gentleman! – Ela fez piada e riu verdadeiramente, e aquela risada fazia com que Arthur risse. – Ok, eu quero um cheeseburguer sem cebola com batatinhas e uma Coca! Acho que é o número três!
Arthur abriu a boca, dessa vez completamente incrédulo. Não imaginava que o pedido dela seria esse.
- Achei que fosse pedir um sanduíche natural! – Ele fez careta e Lu riu.
- Aquilo não mata minha fome.
- Você é estranha! – Arthur virou os olhos e pediu dois lanches para a moça.
- Porque estranha? – Lu ainda ria da cara do menino. – Você acha que eu estou gorda, é isso? Acha que eu preciso desesperadamente de um pé de alface?
- Não, não! – Arthur arregalou os olhos. – Eu não vou cair nessa, não vou dizer que você está gorda só pra você me bater.
- Droga! – Ela riu e ele também. – Mas é sério, por quê?
- Ah... – Arthur coçou a cabeça – Porque você não me parece o tipo de garota que se dá ao luxo de comer essas coisas.
A moça colocou os pedidos no balcão e Arthur pegou a bandeja. Lu pegou sachês de catchup e mostarda e o seguiu.
- Aonde você vai? – Ela perguntou vendo que ele se afastava das mesas.
- Eu não sou assim tão previsível, Lu. – Ele sorriu e ela a seguiu.
- Você me chamou de Lu. – Ela disse numa voz tímida, quase infantil.
- Desculpe. Não posso? – Arthur ficou corado no mesmo instante.
- Não, pode sim, tudo bem.
Arthur colocou a bandeja na grama embaixo a uma árvore que fazia uma sombra vasta, em frente à pequena praça que ficava em meio ao colégio. Lu sorriu e sentou-se ao lado dele.
- Piquenique! – Ela bateu palmas, novamente parecendo uma criança. Arthur riu.
- Gostou?
- Achei... diferente. É, eu nunca fiz um piquenique no colégio! – Lu sorriu sincera.
- É legal comer aqui. A vista é muito melhor do que todos aqueles idiotas que cercam a cantina. – Arthur disse um pouco rancoroso e Lua sorriu.
- Também acho.
- Ah, até parece. – Arthur revirou os olhos.
- Eu estou com fome, Arthur. Será que poderíamos discutir quando eu acabar? – Lu colocou a mão na cintura e ele riu baixo, assentindo com a cabeça.
Os dois terminaram os lanches rapidamente, estavam realmente com fome. Durante esse tempo, não falaram nada, mas tiveram dois acessos de riso. Um pelo silêncio, e o segundo por um garoto que tomou um tombo hilário bem na frente deles.
- Vamos, minha vez! – Lu tentava puxar Arthur pela mão, mas ele não levantava. – Anda, Arthur! – Ela disse e pisou sem querer num sache aberto de catchup. O líquido voou direto na camiseta deAguiar, e ela começou a rir muito alto.
- Ah, ÓTIMO! – Ele tentava limpar enquanto ela ria. – Preciso ir ao banheiro pra molhar isso aqui e...
- Tá louco? Só vai manchar mais! – Ela disse entendida. – Nem dá pra ver direito, deixa de ser fresco! Agora vem, vamos para o meu lugar!
Os dois andaram um pouco agora comentando do Chaybo do garoto, e rindo. O lugar definitivamente era mais distante, já estavam andando há alguns minutos. Arthur não tinha a mínima noção de onde era, mas era algum local escondido, isso era um fato.
- Lua, estou começando a achar que você vai me estuprar nos matos do colégio! – Arthur fingiu desespero e Lu desatou a rir.
- Ai seu idiota! – Ela deu uma tapinha leve no ombro dele e pela primeira vez Aguiar percebeu que ela realmente estava brincando ao chamá-lo de idiota. Nunca era daquela maneira.
- Aqui. – Lu abriu um enorme sorriso e Arthur olhou ao redor de um jardim extremamente bonito, mas que ele nunca tinha visto.
- Nossa! – Ele olhava em volta, pasmo. – Você tem certeza que isso é dentro do colégio? – Ele perguntou e Lu riu da sinceridade com que aquela pergunta foi feita.
- Aham. Bem, esse jardim pertence à família da Sra. Cruz, do refeitório, sabe? É dentro do colégio, mas não é do colégio.
- E nós podemos vir aqui?
- Claro. Eu venho aqui sempre, eles já estão acostumados. – Lu sorriu e deitou na grama, olhando o céu limpo e com poucas nuvens.
- Uau. – Arthur disse ainda boquiaberto com o lugar que Lua havia escolhido. – Como você descobriu isso aqui?
- Quando eu era mais nova, eu era amiga da Helena, neta da Sra. Cruz. Uma meio indiazinha, lembra? – Lu perguntou ainda olhando pro céu e Arthur assentiu. – A gente estudava matemática juntas aqui. Era muito legal, todo dia eu comia bolo de cenoura com cobertura de chocolate. O da Sra. Cruz é o melhor que existe! – Ela sorria e parecia imersa em pensamentos, tão imersa que não viu queArthur a olhava.
- Definitivamente seu lugar foi melhor que o meu. – Arthur sorriu e ela também.
- Mas o cheeseburguer estava ótimo!
- Talvez eu venha comer aqui um dia! – Arthur sorriu maroto e Lu riu.
- Nesse dia eu virei com você.
Os dois sorriram e Lu pegou o envelope, sentando-se.
- Olha, agora é realmente uma pergunta! – Lu disse numa mistura de sarcasmo e espanto.
- Estou até com medo disso! – Arthur ainda estava deitado.
- “Como você vê a pessoa que está com você?” – Lu leu e os dois se entreolharam rápido.
- COM OS OLHOS! – Disseram em uníssono e desataram a rir.
- Tá, acho que ela devia prever que muita gente responderia isso. – Arthur disse, sentando-se também.
- Hm... – Lu estava pensativa. – O jeito que eu vejo você...
- Você realmente vai responder? – Aguiar franziu a testa.
- E porque não? Já estou aqui mesmo.
- Ok então. – Arthur a olhava curioso.
- Arthur Aguiar é um cara... Estranho! – Lu dizia ainda pensativa. – Estranho porque vive falando mal dos jogadores populares, mas vive correndo atrás de líderes de torcida, o que é controverso...
- Ei, eu não corro atrás de líderes de torcida! – Arthur interrompeu e Lu riu.
- Não se esqueça que eu era uma. E que garotas falam tudo! – Ela sorriu vitoriosa e Arthur riu. – Bem, eu acho que você não é tão bad boy quanto quer aparentar. Você é muito mais doce do que quer mostrar. E você é observador. E por fim, eu digo que você não me odeia.
Arthur estava boquiaberto para tantas conclusões corretas que Lua havia feito. As palavras simplesmente não saíam para que ele respondesse alguma coisa. Lu olhava para o céu quando, minutos depois, ele realmente resolveu falar.
- Em minha defesa, as líderes de torcida me amam – Ele sorriu presunçoso, e Lua riu.
- Nem todas.
- Não tenha tanta certeza disso! – Ele riu malicioso e Lu rolou os olhos. – E eu nunca disse que odiava você. A gente só briga muito.
- É, também acho.
- Isso quer dizer que você também não me odeia? – Ele perguntou curioso e os dois estavam finalmente sentados mais perto.
- É claro que não. – Lu respondeu prontamente.
- Legal. – Foi tudo o que Arthur conseguiu dizer.
- Sua vez de falar de mim. – Lua o olhou de rabo de olho.
- Tá. – Aguiar pensou e respondeu rápido. – Você quer que todos achem que você é malvada com os homens, mas você não é. Você se preocupa com os outros, mas finge que não. Você mataria e morreria pelas suas amigas ou pelo seu irmão, embora vocês dois briguem mais do que não sei o que. A garota que todas as meninas do colégio querem imitar não é verdadeiramente você, é quem você aparenta ser. Você também é muito mais doce do que deixa transparecer, mas não necessariamente comigo – Ele riu baixo. – E você tem um estranho gosto para se apaixonar por vampiros, piratas, bruxos ou qualquer coisa que não exista.
Lu olhava para o rosto de Arthur mais incrédula do que nunca. Chacoalhava a cabeça de um lado para o outro, sorrindo.
- Isso foi muito bom. – Ela riu. – E eu devo acrescentar que você é um espião contratado. – Lu disse e os dois riram alto. – Uau.
- Acho que podemos pular a parte constrangedora de comentar sobre essa conversa, pulando pra próxima pergunta, não? – Arthur perguntou com um sorriso encantador nos lábios. Lu estremeceu.
- Concordo. Pode ler você. – Ela entregou o papel para ele.
- Ah, essa é legal. Em teoria. – Arthur riu. – Eu tenho medo do que possa escutar.
- Fala logo, Arthur. – Lua estava curiosa.
- “Faça seu parceiro escutar uma música de sua banda preferida e diga porque escolheu aquela música” – Ele leu em voz alta.
- Gostei dessa! – Lu sorriu. – Vamos até meu armário, preciso pegar meu Ipod.
- Eu tenho aqui no celular, eu acho. – Arthur pesquisava suas listas.
- Meu celular está sem bateria. – Lu bufou. – Vamos lá!
Lua e Arthur andaram rapidamente até o corredor dos armários. Arthur procurava insistentemente algo no celular e os dois não estavam conversando.
- Achei! – Ele sorriu vitorioso.
- Achei! – Ela disse quase ao mesmo tempo. – Meu Ipod, agora preciso da música! – Ela riu.
- Eu realmente estou com medo. – Arthur rolou os olhos. – Eu sinto que não vou gostar de ouvir o que você quer que eu ouça.
- Não julgue um livro pela capa, Aguiar. – Lu sorriu simpática e Arthur sentiu um leve estremecer na espinha.
- Vai, vamos acabar logo com a tortura, me dê aqui o Ipod. – Ele disse fechando os olhos e fazendo cara de profundo medo. Lua riu da expressão dele.
Here comes the sun, here comes the sun (Aqui vem o sol, aqui vem o sol)
And I say it’s all right (E eu digo que isto é o certo)
Little darling, it's been a long cold lonely winter, (Queridinha, tem sido um inverno muito frio e solitário)
Little darling, it feels like years since it's been here, (Queridinha, parece que se foram anos desde que esteve aqui)
Here comes the sun, here comes the sun, (Aqui vem o sol, aqui vem o sol)
And I say it's all right. (E eu digo que isto é o certo).
A cara de espanto de Arthur era algo que fez com que Lua reprimisse uma risada alta. Ela tinha certeza que essa música seria um choque para ele. 
- Não é possível, você só pode estar brincando! – Arthur disse de olhos arregalados. 
- Qual o problema? – Lu riu baixo. 
- Here comes the Sun! Você não ouve Beatles! EU ouço Beatles! – Arthur fitava o visor do Ipod com profunda desconfiança. 
- Eu não sabia que eles eram propriedade sua, amorzinho. – Lua riu sarcástica. 
- Aposto que é a única deles que você tem. 
- Pode checar se quiser. 
Arthur começou a passar uma série de música dos Beatles no aparelho. Não se dando por vencido, começou a fuçar as outras pastas. Rock. Rock. Rock. Aquilo não fazia sentido, Lu era realmente muito diferente do que imaginava. 
- Satisfeito? – Um sorriso vitorioso se espalhou pelo rosto da garota. – O que você imaginava ouvir? 
- Britney Spears. Black music. Sei lá. – Arthur ainda estava desacreditado. – Porque escolheu essa música? Você tem várias dos Beatles aqui... 
- Foi aleatório. 
- Ah, sim. 
- Posso ouvir a sua agora? – Lu perguntou pegando o celular e os fones. Arthur assentiu.
All this feels strange and untrue (Tudo isto parece estranho e surreal)
And I won't waste a minute without you (E eu não quero passar um minuto sem você)
My bones ache, my skin feels cold (Meus ossos doem, minha pele está fria)
And I'm getting so tired and so old (E eu estou ficando tão cansado e tão velho)The anger swells in my guts (A raiva me corrói por dentro)
And I won't feel these slices and cuts (E eu não vou sentir esses pedaços e cortes)
I want so much to open your eyes (Eu quero tanto abrir seus olhos)
´Cause I need you to look into mine (Por que eu preciso que você olhe nos meus)
Tell me that you'll open your eyes [x4] (Me diga que você abrirá seus olhos)
Get up, get out, get away from these liars (Levante, vá embora, saia de perto desses mentirosos)
´Cause they don't get your soul or your fire (Porque eles não entendem sua alma ou seu fogo)
Take my hand, knot your fingers through mine (Pegue minha mão, entrelaçe seus dedos entre os meus)
And we'll walk from this dark room for the last time (E nós sairemos deste quarto escuro pela última vez)
Lua escutou a música em absoluto silêncio. Arthur olhava para os pés, e as vezes para ela. Lu sorria algumas vezes, mas seu rosto tinha uma expressão indecifrável, o que deixou Arthur inquieto. 
- Open Your Eyes do Snow Patrol. – Lu sorriu, por fim. – Eu adoro essa música. 
- Eu também. – Arthur sorriu tímido. 
- Porque você escolheu essa? – Lu estava curiosa. Curiosa, inquieta e um tanto trêmula pelo que poderia ser a resposta. 
- Foi aleatório. Eu não sabia que você gostava. – Arthur sorriu levemente, mas Lua não se convenceu. 
- Achei que fizesse algum sentido
- Talvez faça. – Arthur respondeu rapidamente, deixando a garota desconcertada, e um tanto corada. – Você está vermelha! – Ele riu. 
- Claro que não! – Lu negou imediatamente. – É o reflexo da blusa daquele menino ali. – Ela apontou. 
- Sei... 
- Ah, fica na sua Arthur. – Ela rolou os olhos e Arthur riu. 
- Próxima pergunta? 
- Por favor. 
- “Pergunte algo que sempre quis perguntar para seu novo amigo” – Arthur leu em voz alta e os dois se entreolharam confusos. 
- Isso vai ser estranho. – Lu franziu a testa. 
- Também acho. – Arthur concordou. – Vamos sentar ali na árvore de novo? 
- Tudo bem. – Lu disse e o seguiu até a árvore novamente. O local não estava muito cheio, poucas pessoas passavam por ali. – Pode perguntar. 
- Eu primeiro? – Arthur fez cara de dúvida e Lu assentiu. – Ah, preciso pensar, espere um pouco. – Ele disse e ela sorriu. 
- Chiclete? – Ela ofereceu e ele pegou um. 
- Obrigado. Acho que já sei o que vou perguntar. 
- Manda a ver. – Lu disse confiante, mas estava com um pouco de medo. 
- O que realmente aconteceu pra você ter medo de altura? – Ele perguntou e ela gargalhou. – Eu fiquei curioso depois de ontem. Achei que tivesse respondido certo. 
- Você respondeu o que qualquer um responderia, eu fiz todos acharem que eu tinha caído da escada. Mas pense bem, isso não me daria medo de altura. – Lu revirou os olhos. – Esse povo acredita em cada coisa. 
- Ei, eu também acreditei! – Arthur interrompeu e a garota riu. 
- Ah, Arthur... – Ela olhou para baixo timidamente. – Você vai rir de mim. 
- Prometo que não vou. – Ele sorriu. 
- Até parece! – Lu ainda olhava pra baixo. – Tudo bem, eu digo. Quando eu era pequena, sei lá, tinha uns seis anos, eu estava com o Chay na fazenda da minha avó. Ele disse que eu não conseguiria subir numa árvore, então eu subi. Só que começou a chover muito, com raios e trovões, aquele idiota saiu correndo e me largou lá por umas duas horas – Lu tinha o olhar fixo – foram as piores horas. Eu não conseguia descer. Então desde então eu tenho medo de altura. Pode rir. – Lu olhou pra Arthur que sorria. 
- Eu prometi e não vou rir. – Arthur sorriu engraçadamente. – Mas é engraçado. Eu achei que fosse algo com montanhas russas, aviões, sei lá! 
- Eu preferia que fosse. – Ela disse e os dois riram. Arthur riu um pouco demais, então Lu presumiu que ele estava rindo da história, e deu um tapa no ombro dele, que segurou o riso. 
- Foi mal! – Ele respondeu um carinha de urso e Lu riu. – Vem, levanta! 
- Pra que? – A garota franziu a testa, mas foi puxada para cima. 
- Vamos subir essa árvore! – Arthur sorriu maroto e os olhos de Lua arregalaram. 
Arthur, pare com as drogas! Eu não vou subir! – Lu disse entre dentes, mas com vontade de rir. 
- Você tem que superar seus medos, docinho! – Arthur disse num sorrisinho malicioso e Lu rolou os olhos. 
- Eu odeio quando você me chama de docinho. 
- Eu sei. – Ele riu e ela fechou a cara, sentando-se. – Minha vez de perguntar alguma coisa, não? 
- Ah droga! – Arthur sentou e Lu riu. 
- Olha Arthur, eu vou te perguntar uma coisa que possivelmente lhe deixará irritado comigo – Ela disse e o garoto arqueou a sobrancelhas, curioso – E você vai achar no mínimo estranho. Prometa que não vai me matar. 
- Nossa, mas que pergunta é essa? – Arthur riu. – Prometo. 
- Bom, é que... – Lu mediu as palavras para continuar. – Há dois meses atrás você, meu irmão e os garotos tiveram aquela idéia estúpida de viajar para Manchester para aquele festival de rock, em plena semana de provas. – Ela dizia quando Arthur olhou para baixo. – Ah, nem vou continuar. 
- Não, tá tudo bem. – Ele sorriu forçado e a olhou. – Continue. 
- Eu sei que todas as mães ficaram profundamente irritadas. Eu vi com meus próprios olhos a bronca que o Chay levou lá em casa, foi terrível, eu tive dó dele. – Ela suspirou – Mas no dia seguinte ele estava aqui no colégio, com Micael e Thiago, mesmo que estivessem de castigo. E você simplesmente sumiu, por uma semana inteira. E quando voltou... – Lu olhou nos olhos dele – Estava péssimo. Machucado, com o olho roxo. Mas não só pelas marcas físicas, eu digo como pessoa. Você estava realmente mal, Arthur. O que aconteceu? 
Arthur abraçou os joelhos inquieto. Não esperava por aquilo e falar sobre aquela semana realmente abria feridas que ele não gostava, não era algo agradável de lembrar. Suspirou algumas vezes antes de conseguir explicar. 
- Estou surpreso que você tenha reparado. – Ele disse levantando a cabeça levemente. – Tudo bem, eu vou explicar. – Aguiar disse e Lu assentiu. – Aquela semana foi terrível pra mim. Logo quando nós voltamos de Manchester, cheguei em casa e minha mãe estava desesperada. Mesmo depois que a gente ligou e disse que estava lá e tudo mais. Ela estava realmente muito brava. 
- Sua mãe fez... aquilo com você? – Lua arregalou os olhos num espanto que foi transmitido por sua voz. 
- Não, claro que não! – Arthur disse e ela suspirou alto. – Bom, minha mãe namorava um cara naquela época. – Ele torceu o rosto quando lembrou. – E ele parecia um cara legal, pra ela e tal. Mas assim que eu cheguei em casa e vi que minha mãe estava machucada, eu pirei. Aquele filho de uma puta tinha batido nela. Mais de uma vez, e fazia isso sempre, mas eu nunca havia reparado! Ela estava desesperada, sabe? Doeu muito vê-la daquela forma – Os olhos de Arthur estavam vermelhos e Lu sentiu os olhos marejarem. 
Arthur, eu... 
- Deixa eu terminar, okay? – Ele pediu olhando pra baixo e Lu concordou em silêncio. – Eu fui até a casa dele e briguei feio, bati nele e tal... Mas obviamente ele era mais forte que eu. E eu acabei apanhando. Minha mãe chamou a polícia, e ele foi preso. Eu ainda tenho uma marca nas costas por causa daquele... – Arthur parou no meio da frase e ficou quieto. 
- Eu sinto muito. – Lu estava realmente comovida com a confissão. Não era algo que ela esperava ouvir. – Desculpe ter perguntado isso, de verdade. – Arthur ainda olhava para os pés quando Lu, num impulso desajeitado, o abraçou de lado. Os braços estavam receosos, talvez por toda aquela proximidade que nunca tiveram. Ficaram em silêncio por alguns segundos, quando ela finalmente percebeu o que estava fazendo e se afastou. 
- Eu nunca disse isso pra ninguém além dos caras... – Arthur levantou os olhos e sorriu brevemente. 
- Desculpe por ter perguntado. 
- Está tudo bem, de verdade. – Ele piscou e ela sorriu. – Confio em você. 
As palavras saíram meio atrapalhadas e Arthur quis nunca ter dito aquilo. Droga, aquilo era pra estar em pensamento, não era pra ser dito. Lua ficou igualmente abalada, mas sorriu. Um sorriso doce, diferente dos que costumava dar. Algo que Arthur poucas vezes vira. 
- Seu segredo estará a salvo comigo. – Ela piscou e sorriu mais uma vez, e involuntariamente Arthur sentiu as pernas bambearem. – Última pergunta, que tal? 
- Seria ótimo, se não fosse pela pergunta surpresa! – Arthur disse e os dois riram. – Lê aí. 
- “Conte ao seu novo amigo um segredo seu” – Lu leu em voz alta e riu. – Ah, que ótimo. Acho que fizemos isso. 
- Realmente – Arthur concordou, rindo. – Mas agora eu quero outro segredo, pode ir falando. 
- Ah, que sem graça você! – Lu disse com uma voz infantil e os dois riram. – Então vai você primeiro. 
- Tá bom, vai. – Arthur pensou. – Eu durmo de meias. 
- Ah, grande coisa. – Lu disse e os dois estavam rindo. – Vai, um de verdade. 
- Então vai você primeiro enquanto eu penso. – Aguiar pediu com um olhar piedoso e Lua sorriu, concordando. 
- Bem... Eu chorei como uma criança quando terminei com o Brian. – Lu corou e Arthur arregalou os olhos. 
- Como assim? 
- Quando eu descobri a traição... Eu corri para um dos quartos da casa da Miley, dona da festa, com as meninas. Eu estava chorando muito e não queria que ninguém me visse daquela forma. – Ela confessou timidamente. 
- Então você... amava... ou ama o Brian? – Arthur perguntou com um olhar estranho, que Lua chutaria ser tristeza, se não conhecesse a pessoa em sua frente. 
- Claro que não! – Ela riu alto. – Eu estava chorando porque... – Lu fitou o nada e começou a falar muito baixo. – Porque foi muito difícil aceitar outra traição. Os garotos simplesmente não me levam a sério, não entendo. Sempre tem que aprontar alguma para acabar com tudo. Eu nunca amei o Brian, na verdade. – Ela olhou para Arthur quando percebeu o olhar dele em seu rosto – Eu estava machucada, porque as coisas sempre dão errado comigo. Porque eu nunca vou encontrar alguém que realmente me entenda e que não me decepcione. Porque eu nunca aprendi a amar. 
Lu despejou em uma velocidade absurda, mas com a voz extremamente baixa, Arthur teve que se esforçar para escutar. De certa forma, a confissão tinha feito bem a ela. Ela precisava colocar aquilo pra fora, e depois do que Aguiar havia dito sobre a mãe, achou justo dizer algo realmente relevante. Arthur sorriu calmamente como quem imaginava que o porque do choro tinha sido aquele. E então tocou a palma da mão da garota de leve, quase sem encostar. 
- Ei, relaxa. – Ele sorriu. – Nem todos os homens do mundo vão te decepcionar. Talvez você só esteja procurando no lugar errado. 
Lu retirou sutilmente sua mão dali porque sentia que ia estremecer. Sorriu de volta. 
- Espero que esteja certo. 
- Acho que estou. – Arthur sorriu. – Agora é minha vez, não é? Ok, acho que já sei. 
- Conte, conte! – Lu disse curiosa e riu de si mesma. 
- Bom, nessa brincadeira... a música que eu escolhi... – Arthur estava ficando vermelho de novo. – Tinha um sentido. Não era aleatória. 
- Sabia. – Lu riu baixo. – Eu entendi na hora. 
- Get up, get out, get away from these liars... – Arthur cantarolou baixinho, e depois ficou tímido quando percebeu o que estava fazendo. 
- Sua voz é linda! – Lu sorriu e ele riu. 
- Não acho. Mas obrigado. – Ele riu. – Nossa, primeiro elogio que você me faz em todos esses anos! Momento marcante! 
- Seu besta, não tente estragar meu humor! – Lu rolou os olhos. Era incrível que estivesse de ótimo humor ao lado dele, esperava ter uma péssima experiência dessa aula. 
- Preparada para a tal pergunta surpresa? – Arthur fez voz de locutor de rádio e Lu desatou a rir. 
- Que medo de você. 
- Eu tenho medo é desse envelope! – Arthur levantou e começou a ler. – “Parabéns, vocês chegaram até a pergunta surpresa!” Arthur fez uma voz afetada e Lua quase engasgava de rir. “Agora é a hora mais importante: Escrevam um texto pequeno sobre a pessoa com quem que esteve nessa aula. Sobre o que você achava dela, sobre o que acha agora, mas com uma regra: Fale bem. Fale todas as qualidades de seu novo amigo, eu sei que ele tem muitas! E assim que terminarem, entreguem em minha sala!” 
- Oh my God. – Foi tudo o que Lu conseguiu dizer. 
- Isso vai ser... interessante. – Arthur coçou a cabeça e abriu a mochila – Quer papel, caneta? 
- Por favor. 
Arthur rasgou uma folha de caderno e pegou uma caneta para usar. Deu o caderno para Lua e outra caneta. Os dois se olharam por alguns segundos sem escreverem nada. Então Lu abaixou os olhos e começou a escrever devagar no papel, concentrada. Arthur arqueou a sobrancelha, e sem dizer nada, fez o mesmo. De vez em quando, ele a olhava e via que ela sorria para algumas das partes em que escrevia. Isso o fez sorrir também. Em poucos minutos Lu acabou o texto e dobrou o papel, esperando pacientemente por Aguiar, que demorou um pouco mais do que ela. 
- Acabei. – Ele sorriu. 
- Eu também. Vamos entregar? – Ela perguntou já levantando, e Aguiar a seguiu. 
Chegaram na sala rapidamente e algumas duplas estavam entregando seus papéis para a professora. Uma pilha de envelopes estava na frente dela, então ambos presumiram que haviam demorado na brincadeira. 
Aguiar, Suede! – A professora sorriu. – Peguem um envelope para cada um, e do lado de fora escrevam “Arthur Aguiar sobre Lua Suede” ou vice versa, por favor. Depois coloquem na pilha. 
- O que a senhora quer fazer com isso? – Lu perguntou curiosa. 
- Nada. Só ter certeza de que vocês cumpriram a brincadeira. – Ela sorriu ao ver que Arthur já colocava o envelope na pilha. Lu fez o mesmo, e os dois saíram da sala. 
- É... – Arthur sorriu com as mãos nos bolsos – Esse último dia de aula foi... legal. 
- Também achei. – Lu sorriu – Eu me diverti, hoje. 
- Que bom. Eu também. – Arthur disse e os dois andaram lado a lado em silêncio até o estacionamento. 
- Bom, acho que a gente se vê na França – Lu fez um gesto engraçado e Arthur riu. Os meninos haviam optado por viajarem em um vôo diferente do das meninas, para evitar confusões. 
- É, parece que sim. – Ele sorriu. 
- A não ser que você apareça na festa da praia, hoje a noite. – Lu olhava para os pés. 
- Isso é um convite? – Aguiar sorriu vitorioso. 
- Erm. Não. – Ela rolou os olhos. – A festa é para todos os alunos, você já estava automaticamente convidado. – A garota disse, e Aguiar murchou. 
- Ah, sim. Eu não gosto dessas festas. 
- Faça um esforço então... Vai ser... legal. Se você for. – Lua definitivamente estava tímida. Falava muito baixo, coisa que não era normal para ela. Aguiar sentiu um calor estranho por dentro. 
- Vou tentar. – Ele sorriu. 
Então Sophia chegou correndo e se envolvendo no meio da conversa. Ela estava afobada, os olhos furiosos. 
- Ah, você está aqui! Vamos, me dê uma carona pra casa! – Soph dizia rapidamente. 
- O que houve amore? – Lu via a raiva transbordar pela expressão da amiga. Até Arthur havia percebido. Sophia ia responder, quando percebeu a presença de Aguiar ali. 
- Nada. – Ela rolou os olhos. – Vamos, temos muitas coisas pra organizar pra festa! – Soph disse puxando Lua, que começava a tomar distância de Aguiar. 
Arthur! – Ela deu um grito em meio ao pátio. Ele levantou os olhos, e Sophia parou de andar. 
- O que? 
- Tente aparecer. Eu vou esperar. 
Lu sorriu largamente acompanhando o enorme sorriso de Aguiar. Ele estava se sentindo bem, há muito tempo não sentia-se assim. De um modo ou de outro, as coisas estavam começando a parecer certas. Arthur observou atento as duas garotas até que sumissem de seu campo de visão, som um sorriso idiota no rosto. 
- O que foi isso, Lua? – Soph ainda não acreditava no que tinha visto. 
- Nada. – Lu sorriu ligando o carro – Porque está tão brava? 
- Essa aula foi a pior de todas. Eu odeio o Borges, odeio, odeio! – Sophia dizia quase esmurrando o banco. – A sua também deve ter sido péssima. 
- Hm, eu diria que foi... – Lu procurava alguma palavra que não fosse tão explícita para dizer que tinha gostado do último dia de aula. Soph ligou o rádio.
Tell me that you'll open your eyes… Tell me that you’ll open your eyes…
Lu riu baixo e sorriu para Sophia. Não conseguia mentir pra suas amigas.
- Do que está rindo? – Soph franziu a testa, confusa.
- De nada. E minha aula foi ótima. – Ela sorriu sincera, quando um mar de perguntas tomou conta do carro.

Créditos: Fanfic Obsession.

1 comentários:

  1. Eu já li ela.. e é muito boa.. to até lendo sde novo aqui.. posta mais logo .. :)
    Eii.. posso postar essa web no meu blog??
    me responde aqui por favor-->> http://wwebnovelasteen.blogspot.com.br/ <<-- bjs

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